Festival de Capoeira tem espaço dedicado ao público infantil

A criançada tem um lugar especial no 2º Festival de Capoeira Ancestralidade e Resistência – Gingando pelo Mundo que começa nesta quinta-feira, aqui em Salvador. Na programação tem contação de histórias, apresentações musicais, espaço de leitura dentro da Biblioteca dos Barris e o Campeonato Ubuntu. As atividades acontecem dentro do Eixo temático Erê, espaço dedicado à participação das crianças e ao papel pedagógico da capoeira. Erê é uma palavra de origem Iorubá que significa ‘brincar’. É usada para se referir à energia infantil dos orixás e à pureza que existe na relação das crianças com o mundo.

O Eixo Capoeira tem Erê vai funcionar dentro do espaço infantil da Biblioteca dos Barris, o local é adaptado para as crianças com brinquedos, palco e ainda uma gibiteca com várias revistas em quadrinhos.  O local também vai recepcionar os filhos dos participantes das atividades do festival.

No sábado a partir das 8h, vai rolar o Campeonato Ubuntu – Torneio infantojuvenil. A atividade é a oportunidade para os praticantes mirins mostrarem suas habilidades no aprendizado e musicalidade com cantigas de capoeira. O torneio vai premiar estudantes, grupos e coletivos com entrega de certificados para todos os participantes

A Mestra Geisa é uma das coordenadoras do Espaço Erê, professora voluntária numa escola comunitária no bairro São Caetano, ela reforça que essas iniciativas já encaminham a criança para uma atividade física. Além disso, funcionam como uma alternativa ao uso excessivo do celular: “O campeonato é um grande palco onde vão se divertir. Todos ganham medalhas, todos ganham aprendizados e retornam para casa com as medalhas. As famílias mesmo que não estejam lá, ficam felizes e contemplam o resultado do aprendizado das crianças.”  Para a mestra, é uma forma de preparo para o desenvolvimento como atletas e o mundo dos esportes.

 Aproximar a Capoeira das crianças e adolescentes nas escolas é uma das campanhas do grupo Capoeira em Movimento Bahia. Atualmente, o CMB luta pela regulamentação da Lei Moa do Katendê, como é chamada a Lei nº 14.341. A lei determina que estado, municípios e rede privada implementem programas de capoeira na rede de ensino foi aprovada em 2021 e aguarda regulamentação.