Os cemitérios públicos da cidade de São Paulo recebem diariamente entre 30 a 40 corpos de pessoas que morreram com suspeita de estarem contaminadas pelo novo coronavírus, mas não tiveram a condição confirmada pelo teste laboratorial. A informação é da Folha.
Devido ao atraso do Instituto Adolfo Lutz em disponibilizar os resultados dos testes de comprovação da doença, a imensa maioria desses mortos não é contabilizada no balanço do Ministério da Saúde como óbitos decorrentes da Covid-19.
Em quase todos os casos, os médicos que assinam os boletins de óbito, fundamentais para a permissão do sepultamento, apontam suspeita de Covid-19 e apontam que aguardam os resultados de exames para comprovar a causa da morte.
Das 201 mortes pela doença registradas oficialmente no país até ontem (31), 121 foram contabilizadas em São Paulo, sendo que 79 delas ocorreram na rede de hospitais particulares Sancta Maggiore. Porém, quase todos os corpos que estão chegando nos cemitérios públicos vêm do sistema público de saúde, que, diferentemente da rede particular, depende exclusivamente do Instituto Adolfo Lutz para o processamento dos testes de Covid-19.
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, assim como o Serviço Funerário Municipal da capital, se recusam a informar o número total de pessoas que morreram e foram enterradas como casos suspeitos de Covid-19. Os dois órgãos afirmam que os números são internos e não serão divulgados enquanto os casos não forem confirmados pelos exames.