Personalidades baianas e a cultura do estado voltarão a ser tema de samba-enredo no Carnaval do Rio de Janeiro em 2025. Neste ano, três escolas de samba vão retratar histórias cuja inspiração ou origem passa pela Bahia.
Para citar exemplos recentes 👇
- Em 2016, a Estação Primeira de Mangueira foi campeã da festa carioca com um desfile sobre Maria Bethânia.
- Em 2017, a Grande Rio homenageou Ivete Sangalo.
- Em 2023, a Beija-flor destacou a Independência do Brasil na Bahia.
Desta vez, as referências virão das escolas Em Cima da Hora, Unidos de Padre Miguel e Paraíso do Tuiuti. Conheça os sambas-enredo e saiba mais 👇
Em Cima da Hora – Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira
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Ópera dos Terreiros será tema da escola de samba Em Cima da Hora — Foto: Divulgação/ NOP
A escola da Série Ouro vai desfilar o enredo “Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira”, inspirado na obra do compositor e maestro italiano Aldo Brizzi e do professor, poeta e compositor baiano Jorge Portugal (1956-2020).
O desfile nasceu de um encontro entre o carnavalesco Rodrigo Almeida e o Núcleo de Ópera da Bahia (NOP), contou a assessoria do NOP em texto enviado à imprensa. Inspirada em “Romeu e Julieta”, a “Ópera dos Terreiros” narra a história de amor entre um jovem de etnia banto e uma jovem nagô, cujos caminhos se cruzam em meio à formação do Brasil.
Na trama, a força espiritual dos orixás Exu, Oxum, Iansã e Dona do Tempo orienta os protagonistas por meio de rituais, encantamentos e conflitos ligados à cultura e tradição afrobrasileira.
Uma das alegorias vai representar o Pelourinho em uma visão afrofuturista, adornada com 70 mil fitinhas do Senhor do Bonfim. Todas foram benzidas na Bahia.
📆 A escola desfila nesta sexta-feira (28) na Sapucaí. A previsão é de que seja o penúltimo desfile da noite.
Unidos de Padre Miguel – Egbé Iyá Nassô
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Unidos de Padre Miguel abre os ensaios técnicos da Sapucaí — Foto: Victor Chapetta/Agnews
A escola vai homenagear os 200 anos da Casa Branca do Engenho Velho, o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, situado no bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador.
Para isso, o enredo composto conta a história de Iyá Nassô, uma princesa negra, que enfrentou a guarda imperial para libertar seus filhos após ter sido escravizada.
O tema exalta a resistência do povo negro, em especial as mulheres africanas que lutaram pela preservação da identidade. Conforme divulgado pelo g1, em janeiro, os carnavalescos também apontam como destaque a conexão do enredo com a comunidade da Vila Vintém, definida por eles como uma “pequena África”.
📆 A escola da Série Especial será a primeira a desfilar na noite de domingo (2).
Paraíso do Tuiuti – Quem tem medo de Xica Manicongo?
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Ensaio de rua do Paraíso do Tuiuti — Foto: Divulgação/Ewerton Pereira
A escola vai apresentar a história de Xica Manicongo, a primeira mulher trans a ser documentada no Brasil. Ao g1 RJ, o carnavalesco Jack Vasconcelos contou que ela foi escravizada e processada pelo Santo Ofício, na Bahia, em 1951.
Xica não se reconhecia com o nome e sexo biológico e, em meio às opressões vigentes na época, se dedicou a preservar suas práticas religiosas. Ela foi encontrar apoio com o povo indígena Tupinambá que vivia no estado.
Por anos, Xica foi entendida e teve sua história contada como homossexual. Mas hoje é reconhecida como um símbolo de resistência para a comunidade de travestis e transexuais.
📆 A escola da Série Especial será a segunda a desfilar na terça-feira (4), última noite de Carnaval.