Entre maio e julho deste ano, a Bahia registrou aumento de 406% no número de casos de covid-19. Foram 33 diagnósticos na semana epidemiológica 20, que terminou em 17 de maio. O número de casos saltou para 167 na semana 30, que teve dados computados até o dia 26 de julho. A explosão dos registros tem relação com o comportamento sazonal do vírus, que continua circulando e causando mortes no estado.
“A covid-19 virou uma doença sazonal. Isso significa dizer que ela vai aparecer de tempos em tempos e pode se comportar na forma de surtos em determinados momentos. Isso é esperado e muito diferente do contexto do início da pandemia”, analisa o médico infectologista Victor Castro Lima.
Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), através do boletim epidemiológico, na segunda-feira (29). A pasta acompanha o aumento do número de registros. “Nas últimas semanas, o aumento de casos de covid-19 está sendo uma das causas do crescimento de síndrome respiratória aguda grave. Ou seja, estamos falando de óbitos e casos graves, o que acende um alerta”, afirma Vânia Rebouças, coordenadora do programa estadual de imunização.
Neste ano, 17.724 pessoas foram identificadas com covid-19 na Bahia. O número representa quase um terço de todos os casos registrados em 2023, quando foram 54.157. Especialistas alertam que pode haver subnotificação, já que muitas pessoas com sintomas não fazem o teste. Os sinais da covid-19 são facilmente confundidos com o da gripe, como ressalta o médico Victor Castro Lima.
“Em caso de febre, dor no corpo, tosse e coriza, é indicado fazer o teste. Em alguns casos, a covid-19 pode causar perda de olfato ou paladar, mas não é regra”, indica. O professor Carlos Bahia, 61, não achou que estivesse com covid quando teve os primeiros sintomas da doença, na semana passada. O quadro foi similar ao de rinite alérgica e durou poucos dias.