O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou nesta quarta-feira (24) como “estarrecedores” dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre insegurança alimentar no mundo. Ele também disse que a fome é uma consequência de “escolhas políticas”, de acordo com informações do portal g1.
O petista participou de um evento do G20, no Rio de Janeiro, para estabelecimento de uma Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Relatório da ONU afirma que, em todo o planeta, 733,4 milhões de pessoas passaram fome em 2023 por, pelo menos, um dia. O número corresponde a 1 em cada 11 habitantes mundo afora. No continente africano, a proporção mais que dobra: 1 em cada 5 cidadãos passou fome em 2023.
Considerando também a insegurança alimentar moderada – ou seja, a dificuldade em conseguir alimentos em quantidade e qualidades adequadas –, 2,33 bilhões de pessoas foram afetadas em todo o mundo.
“Os dados divulgados hoje pela FAO sobre o estado da insegurança alimentar no mundo são estarrecedores. A pobreza extrema aumentou pela primeira vez em décadas. O número de pessoas passando fome ao redor do planeta aumentou em mais de 152 milhões desde 2019. Isso significa que 9% da população mundial (733 milhões de pessoas) estão subnutridas”, disse Lula.
“O problema é especialmente grave na África e na Ásia, mas ele também persiste em partes da América Latina. Mesmo nos países ricos, aumenta o apartheid nutricional, com a pobreza alimentar e a epidemia de obesidade”, ressaltou o petista.
Ao final da fala no G20, o presidente se emocionou ao afirmar que concentração de renda “simboliza miséria, prostituição, analfabetismo, empobrecimento e fome”. E disse que os governantes devem olhar para pessoas que são invisibilizadas pela desigualdade social.
Durante pronunciamento, Lula também afirmou que o Brasil sairá do chamado “Mapa da Fome” até o fim do seu terceiro mandato, no final de 2026.
Segundo relatório da ONU, o Brasil continua no Mapa da Fome – de onde tinha saído em 2014, e para onde voltou em 2019.
No discurso, o petista ressaltou ainda que o mundo produz alimentos em quantidade suficiente para erradicar o problema.
“A fome não resulta apenas de fatores externos. Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas. Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficiente para erradicá-la. O que falta é criar condições de acesso aos alimentos”, disse o presidente.