A Companhia Aláfia Cia de Teatro de Salvador celebra de maneira triunfal uma década de existência, marcada por uma jornada excepcional de arte, cultura e profundo comprometimento com a cidade. Desde sua fundação em 2014, a companhia tem sido uma força pulsante e essencial na rica tapeçaria teatral de Salvador, encantando o público com espetáculos que transcendem a mera performance, tornando-se verdadeiras celebrações da vibrante tradição cultural da Bahia e estabelecendo uma conexão íntima e inesquecível com cada espectador.
O ponto de partida dessa trajetória inspiradora foi o espetáculo “Compadre De Ogum”, uma obra que estreou com grande destaque, em 2014, durante a programação do Festival da Cidade. Esta produção não foi apenas uma manifestação teatral; foi uma homenagem sincera à própria essência de Salvador, viabilizada por meio do edital “Arte Em Toda Parte” da Fundação Gregório de Mattos (FGM). Desde então, a Aláfia Cia de Teatro tem crescido e evoluído, apresentando ao público produções que não apenas exploram as raízes culturais da cidade, mas também desafiam as fronteiras convencionais do teatro.
A estreia em março de 2014 foi um feito não só em termos de reconhecimento crítico, mas também pela calorosa acolhida do público, evidenciando o potencial promissor do trabalho da companhia. Naquela ocasião, um elenco diversificado de 14 membros, alguns dos quais nunca haviam colaborado anteriormente, surpreendeu pela coesão e sucesso durante as apresentações. A interação entre os integrantes revelou não apenas a excelência do trabalho, mas também a formação de um profundo vínculo artístico, incentivando a necessidade de reviver o espetáculo no mesmo ano. Assim, a Aláfia Cia de Teatro emergiu, impulsionada não apenas pelo reconhecimento fervoroso do público, mas também pelo interesse manifesto da comissão do Prêmio Braskem.
Consciente da demanda do público e do interesse da comissão do Prêmio Braskem, o grupo trabalhou na continuidade do espetáculo, reunindo o mesmo elenco diversificado que abrangia tanto artistas experientes quanto aqueles no início de suas carreiras. Essa composição proporcionou um ambiente de aprendizado mútuo, onde os mais experientes compartilharam suas experiências com os iniciantes, resultando em uma interação enriquecedora. Artistas experientes como Diogo Lopes e José Carlos Júnior, junto com novos talentos da época como Sullivan Bispo, Thiago Almazy e Evaldo Macarrão, contribuíram para esse intercâmbio.
Ao reapresentar “Compadre De Ogum” em 2014, a Aláfia Cia de Teatro obteve reconhecimento imediato da comissão do Prêmio Braskem, com seis indicações. Esse êxito inicial impulsionou a companhia a embarcar em novos projetos, incluindo a participação no Pelourinho Noite e Dia, levando os personagens de Jorge Amado às ruas em 2017. Esse convite inspirou a criação de “A Cidade da Bahia é Nossa!”, uma produção que combinou elementos de bloco de carnaval com os personagens de Jorge Amado, tornando-se uma experiência duradoura aclamada pelo público. A jornada pelas ruas da cidade, permeada por histórias de Jorge Amado, músicas de Gerônimo Santana e influências da religiosidade afro-brasileira, proporcionou uma experiência única para espectadores e artistas.
Além disso, a Aláfia Cia de Teatro destaca-se por suas valiosas contribuições à comunidade de Salvador, demonstrando uma abordagem inovadora ao explorar e revitalizar espaços urbanos negligenciados. Ao adentrar a Igreja Primeira de Santana no Largo de Dinha, no Rio Vermelho, a companhia não apenas abriu esse espaço fechado com um espetáculo, mas também reintegrou-o à cidade, ressaltando o potencial do teatro como ferramenta de revitalização urbana. Essa iniciativa reflete a visão única da companhia em transformar espaços esquecidos em palcos vibrantes, proporcionando não apenas entretenimento, mas também resgatando a importância histórica e cultural desses locais. Ao integrar o teatro à vida cotidiana, a Aláfia Cia de Teatro não apenas proporciona momentos culturais memoráveis, mas também fortalece os laços entre a arte e a comunidade. Essa abordagem dinâmica e integrada não só dialoga com os desejos da cidade, mas também representa uma contribuição única ao transcender as fronteiras tradicionais do teatro, renovando a própria linguagem do teatro.
Neste ano de celebração, a Aláfia Cia de Teatro promete uma programação especial que se estenderá ao longo do ano, destacando a rica trajetória da companhia e seu impacto transformador na cena cultural de Salvador. O Festival da Cidade, em março, será o palco inicial, onde quatro apresentações vibrantes realçarão ainda mais a riqueza cultural da Bahia. O retorno do espetáculo “A Cidade da Bahia é Nossa!”, agora reforçado artisticamente com a participação de renomados artistas como Gerônimo Santana e do Balé Folclórico da Bahia, com Vavá Botelho contribuindo com sua vasta experiência, promete transcender as expectativas, encantando o público com uma produção ainda mais rica e impactante. Uma série de eventos e atividades estão planejados, incluindo apresentações especiais, workshops e a defesa do doutorado sobre a “Sotero poética”, termo que encapsula a essência criativa única da companhia. Em setembro, a Aláfia Cia de Teatro ocupará o Espaço Cultural da Barroquinha, realizando uma temporada especial às sextas e sábados. O retorno do espetáculo “Compadre de Ogum”, em comemoração aos seus 10 anos, será um dos destaques, integrando-se à programação do Festival da Primavera e consolidando ainda mais a presença marcante da companhia no cenário cultural.
Com um olhar para o futuro, a Aláfia Cia de Teatro está empenhada em consolidar seu repertório e expandir suas produções, criando um calendário estável de eventos que não apenas continue a inspirar e envolver a comunidade, mas também desafie constantemente os limites da expressão teatral. Contando com o apoio inestimável de parceiros valiosos, como a Fundação Gregório de Mattos, Vale do Dendê e outros colaboradores locais, a companhia está preparada para enfrentar os próximos 10 anos com a mesma paixão, ousadia e determinação, solidificando seu papel vital na efervescente cena teatral de Salvador e estabelecendo um legado que transcende o efêmero, e estabelecendo um legado que transcende o efêmero, moldando o panorama cultural da cidade por muitas décadas vindouras.