A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (1), no Maranhão, uma operação para desarticular organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
De acordo com informações do UOL, dentre os envolvidos nos atos investigados na Operação Benesse está o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA). Sobre ele recaem suspeitas de desviar verba de emendas parlamentares destinadas à Prefeitura de Vitorino Freire (MA), onde sua irmã, Luanna Rezende (União Brasil), é prefeita. Ela também é um dos alvos das buscas e foi afastada do cargo.
“Policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de São Luís, Vitorino Freire e Bacabal. Também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens”, informou a PF, por meio de nota. Os fatos investigados ocorreram quando o ministro era deputado federal.
Segundo o UOL, a Polícia Federal detectou diálogos entre Juscelino e um empresário responsável por obras em Vitorino Freire e agora apura suspeitas de pagamentos ao então deputado. Ainda conforme o portal, a PF chegou a solicitar buscas contra o próprio ministro, mas teve o pedido negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF.
Conforme a PF, a investigação foi iniciada em 2021 e teve duas fases ostensivas, uma deflagrada em julho de 2022 e outra em outubro daquele ano. “A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense”, detalha a PF, em comunicado.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
Segundo a Polícia Federal, o nome da operação se deu “pelo fato de os elementos indicarem que o líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio”, já que “benesse” significa “vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho”.