Apesar de parecerem sinônimos, as palavras moral e Ética não devem ser confundidas. Enquanto a moral é algo que pertence ao comportamento cultural que regulam a conduta de um grupo, a Ética busca explicar e justificar os costumes dessa sociedade. Inclusive, costuma-se usar a ética para entendermos o que são as morais.
A Ética pertence ao caráter humano, não é apenas um guia de condutas. Possui caráter universal, não muda, adapta-se às novas morais os costumes, de modo que não existe ninguém sem Ética, pois todos nós em algum nível seguimos um código de Ética Pessoal. A ética não é uma Lei e não tem a finalidade de condenar, podendo ser realizada ou não. Contudo, a Lei pode se fundamentar em princípios éticos para estabelecer regras ou normas para os costumes (morais), que podem ser consideradas crimes se forem infringidas.
Já a moral é autônoma e deve ser entendida como hábito ou educação absorvida e praticada por um indivíduo. Ou seja, é fruto da consciência do próprio homem e que se expressa em normas de comportamento, que podem ser aceitos pela sociedade ou não.
Vale dizer que a moral está intimamente ligada à cultura na qual os indivíduos pertencem. Isso faz da Moral algo relativo, depende da pessoa e da cultura onde os hábitos e costumes sociais se apresentam.
É notório que ao vivermos em sociedade percebemos que determinada pessoa não compartilha com o nosso Código de Ética, daí ela será considerada, para nós, uma pessoa antiética, ela será considerada por você como sendo uma pessoa com hábitos e costumes incorretos. Podemos, a partir dessas divergências individuais, compreender que os valores são particulares para cada indivíduo, são específicos e baseados no contexto empírico e devemos respeitar essas diferenças.
Vale ressaltar que, tudo o que acontece na nossa vida nos leva a um aprendizado. A vida tem uma tendência totalmente PEDAGÓGICA! Tem o propósito de nos ensinar algo pois, se os acontecimentos não tivessem nada pra nos ensinar, já teriam sido retirados da nossa jornada.
Se observarmos bem, adquirimos uma certa evolução tecnológica, enquanto o ser humano em si, nem de longe, acompanhou essa dita evolução. Podemos dizer, inclusive, que a máquina evoluiu, e o homem que comanda máquina retrocedeu. Estamos perdendo o valor da família, da nossa verdadeira essência de Seres Humanos e o senso dos reais Valores Morais, Civis e Sociais, de modo que o RESPEITO, deveria ser a base de todo e qualquer processo de transformação do Ser imerso nesse individualismo exacerbado.
A Humanidade não é Ética. As pessoas não têm interesse em ser leais nem a si mesmas. Muitos acabam agindo de forma Ética, mas apenas devido ao receio de ser julgado ou por medo de sofrerem sansões por suas condutas errôneas. Isso denota que não somos íntimos da ética. Não temos amor a Ética! A maioria das pessoas não precisam de incentivo para agir contrário a Ética e aos Bons Costumes. Elas atropelam a Ética, a Moral e os Bons Costumes naturalmente.
Atualmente, vivemos num nível de manipulação extrema. Com base nessa premissa aprendemos a contrair as coisas materiais e dominar as pessoas, embora não temos nenhum domínio da nossa VERDADE! A nossa essência está perdida no materialismo propagado e alimentado pelo sistema para nos tornarmos cada vez mais imediatistas.
O verdadeiro papel humano está desocupado da sociedade. Somos leais a nada e nem a nós. Agimos como animais irracionais que precisam demonstrar um falso senso de Ética e Moral apenas por medo do julgamento. Só poderemos considerar que realmente somos éticos se, e somente se, formos capazes de conduta idônea mesmo quando não existir nenhuma possibilidade de sermos descobertos. Platão ha séculos afirmou: “quem mais ofende aos Deuses não é quem não acredita neles, mas quem acredita e acha que pode comprá-los.”
Estamos num processo de descrença do ser humano. Dificilmente podemos confiar no que está no interior de nossa personalidade egocêntrica. Os nossos medos e temores nos levam a uma conduta ética e moral apenas de modo superficial. Mas essas condutas morais deveriam estar intrínsecas, no âmago do nosso ser. Por sorte, não somos produtos prontos, logo podemos mudar e aprender a gostar de ser ético. Mas me refiro a aprender a ser ético de forma sólida, sem capa, buscando a depuração dos bons hábitos, da moral e dos bons costumes. Ao vivenciar essas virtudes, vamos permitindo que brotem em nosso campo externo A NOSSA MELHOR VERSÃO, ou seja, o nosso “Eu Divino” contido em todos os seres humanos. Essa nossa essência está dentro de cada um de nós… não busquem fora!
Podemos alterar a qualquer momento tanto o nosso paladar físico como nossas condutas pessoais, morais, sociais, éticas etc.
Desse modo, tomando consciência de que o caráter pode ser reformulado, podemos nos respeitar como autores de nossa própria história divina. As condutas justas devemos fazer por nós mesmos, elevando o nosso campo de visão, olhando pra dentro de nosso interior. Entender que, o que realmente importa não é o julgamento alheio quando sua conduta não obedecer aos requisitos éticos. Pois, independe de estarmos sendo observados. O que deve importar realmente é a nossa consciência, ou seja, é que temos ciência que estamos infringindo os costumes éticos e, devemos perceber que existe algo dentro de nós que também merece essa demonstração de RESPEITO. É por esse Ser interno que devemos agir de forma íntegra. A felicidade está em reconhecer em nós o Ser digno de confiança, honesto, decente, reaprendendo lidar com as nossas instabilidades emocionais. O ser humano pode ser reconstruído, somos a mais inteligente ideia da mãe natureza.
Nesse nosso mundo tudo é dinâmico. Devemos compreender que a liberdade, no seu sentido intrínseco, é quando estamos indo, de forma consciente, na direção daquilo com o qual nos comprometemos. Deseje ser aquele, do qual possa se orgulhar de seus atos. Esses hábitos essenciais são imprescindíveis para a manutenção da nossa saúde emocional. O mais natural e saudável seria que todos nós nos sentíssemos felizes e satisfeitos com a pessoa que somos em essência, assumindo de forma livre e conscientemente nosso destino. Temos ciência que se nós não assumirmos a direção do nosso destino, alguém vai assumir por nós. Seremos usados, manipulados e colocados num sistema de escravidão inconsciente. E assim, estaremos nos prendendo cada vez mais na natureza de um animal irracional, que nos impede a aceitação e autovalorização de forma genuína.
A verdadeira busca humana deve ser pautada na Ética, na moral e no bons costumes, isto é ser livre! Estar confortável com quem somos nos permite estabelecer relacionamentos mais saudáveis com ou outros. Desse modo, a
Liberdade seria a consequência de sua essência ao invés de uma liberdade a qualquer custo. Primeiramente, devemos nos comprometer com o que é nobre, justo e bom para a partir daí reconhecer a liberdade em sua verdadeira totalidade, pois assim, já não dependeremos da aprovação dos demais, por estarmos cientes do nosso caminho. Devemos escolher livremente nosso objetivo de vida, acessando um estado de realização interior que nunca poderá vir de fora. Saber que nada no mundo preenche o vazio de quem não se sente à vontade consigo mesmo.
A busca pelo Conhecimento e pelo Autoconhecimento devem ser constantes. Sair da inércia e buscar conscientemente o crescimento requer um trabalho pessoal e um esforço diário necessário para auto-realização pessoal. Temos a liberdade de não apenas fazer o que queremos, mas para sermos quem temos que ser. E, esse tipo de liberdade, é algo inato ao Ser Humano. Entender que, mais importante do que ter conforto é saber conduzir sua mente para o aprendizado no crescimento, na sua evolução como indivíduo único e insubstituível. Cada um de nós tem o poder de mudar a história. Cada um tem uma mensagem para dar aos demais. E esse recado, que somente você pode fazer pelo outro para que compreendam que a liberdade e a consciência moral estão intimamente relacionadas. Isso faz parte do nosso processo nessa escala evolutiva. Aproveitem essa chance de fazer a diferença para melhor na vida de alguém.
Seja com demonstrações de conduta ética, visando o bem comum, o respeito às individualidades, etc. Vamos ampliando valores morais e sociais, valorizando o seio familiar, pois temos muito a aprender com cada pessoa com quem convivemos para perpetuar o amor incondicional baseada na busca da sabedoria empírica. Essas ações nos reconectam e nos reaproximam do nosso criador numa profundidade consciente de que somos muito mais e muito maior do que possamos sequer imaginar. Pois, somente através do constante aprendizado poderemos ser capazes de compreender melhor a nossa existência e sua correlação com a divindade em nosso interior. Deus está inteiro em cada ser, em imagem e semelhança. Permita que esses sentimentos façam parte de sua vida, pare de olhas as coisas de forma horizontal, veja do alto a verdadeira concepção da palavra liberdade, permita-se olhar pra trás e, um dia, poder se orgulhar dessa sua história na trajetória rumo à verdadeira libertação.
CALMON, Sandra.