Vidro de ônibus metropolitano estilhaça em cima de passageiros e empresa não presta apoio

REGIÃO METROPOLITANA

Em meio ao aumento na passagem do sistema metropolitano de transporte, os passageiros da empresa Avanço denunciam condições precárias dos veículos, acidentes e constantes atrasos. Na última quinta-feira (9), o vidro traseiro do ônibus que faz a rota entre a cidade de Candeias e o Terminal Retiro, em Salvador, estilhaçou completamente em cima dos passageiros.

 

O aluno da Unifacs, Vinicius de Melo, de 22 anos, estava no ônibus, e teve a mão ferida pelos pedaços de vidro. “Simplesmente quando a linha freou, o vidro do fundo do ônibus soltou todo e estilhaçou em cima da gente. Éramos eu e mais quatro pessoas. Cortou as costas da menina, minha mão cortou.”, conta.

 

Ainda segundo Vinicius, nem a prefeitura, nem a empresa perguntaram se os passageiros estavam bem, ou ofereceram qualquer apoio. “Isso é um absurdo. Quando a gente parou no Retiro, o motorista apenas desceu do ônibus e seguiu o seu caminho”, diz.

 

As denúncias, no entanto, não se restringem a esse caso. A psicóloga Sislaine Purificação, de 34 anos, pega a linha Candeias-Retiro todos os dias, e afirma que alguns ônibus não têm condição nenhuma de fazer o percurso.

 

“Não sei se é feita vistoria antes, mas acontece constantemente de carro estar quebrando da linha Estação Candeias para Retiro. Nos horários de pico só tem 3 ônibus e sempre está lotado. Foi questionado e a empresa disse que por conta dos valores mais baixos não estava tendo condição de coolocar mais ônibus”, diz.

 

Em menos de dois meses, entretanto, o preço da passagem foi alterado de R$ 4,30 para R$6,80, segundo os passageiros. “Foi alterado sem aviso prévio para R$ 6,10 e agora para R$ 6,80. Cada usuário vai estar pagando um litro de diesel, e reduziram a frota drasticamente”, afirma Sislaine.

 

As reclamações são tantas que os usuários do transporte organizaram um grupo só para cobrar todos os dias providências da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). “A gente entrou em contato com a Agerba, que também não dá retorno nenhum. Não está tendo nenhum tipo de fiscalização”, afirmam os passageiros.

 

Procurada pelo Metro1, a Agerba afirmou que está “apurando as circunstâncias do incidente ocorrido” e que as medidas cabíveis serão adotadas. Em nota, diz ainda que os veículos que compõem a frota do sistema metropolitano de transporte passam por vistoria anual (com idade de até cinco anos) e vistorias semestrais (se acima dessa idade).

 

“Durante as blitze, fiscais da agência verificam os itens de segurança e documentação necessários para que os veículos façam parte da frota de uma empresa. Quando observadas inconformidades, eles são retirados de circulação para correção/adequação. As empresas são autuadas e multadas”, informa nota.

adm

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