Após a equipe de campanha do ex-presidente Lula (PT) apresentar um texto preliminar de plano de governo, aliados demonstraram desconforto com o documento. Por volta das 8h30 de segunda-feira (6), partidos aliados receberam a cópia das diretrizes para elaboração do programa, com a recomendação de que encaminhassem até quinta-feira (9) suas sugestões de emendas.
O primeiro a reclamar foi o PSB, do ex-governador e pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin. Segundo membros da sigla, houve exclusão de propostas encaminhadas e vazamento do documento sem prévio debate. Em grupos de WhatsApp, integrantes do PSB enfatizaram, segundo relatos divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, a ausência das contribuições da chamada “autorreforma” do partido, incluindo a implementação de um plano nacional de desenvolvimento.
Aliados deduzem que a exclusão da proposta se deva ao fato de o termo ser repetidamente defendido pelo adversário do PDT, Ciro Gomes. Segundo representantes de partidos que integram a coordenação do programa de governo, o PSB tinha sugerido, durante o debate, a inclusão dessas propostas, mas elas foram desconsideradas.
Juliano Medeiros, presidente do PSOL, disse que a avaliação da sigla é “positiva” sobre o documento divulgado, mas que ainda é preciso avançar e aprofundar alguns temas citados do documento, como a crise climática e a reforma tributária.
“Essas diretrizes são positivas e apontam para um freio em relação a esse programa de destruição do país que está sendo implementado desde o governo Temer. Mas são diretrizes, linhas gerais. Agora vamos propor sugestões”, afirmou Medeiros ao jornal Folha de S. Paulo.
A presidente do PC do B, Luciana Santos, afirmou que a proposta preliminar “vai na direção correta”, que ela contempla pontos estratégicos, como a geração de empregos e o enfrentamento à fome, e que “naturalmente”, receberá contribuições da sociedade civil, dos movimentos sociais e entidades.