Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira, Marieta Severo revelou que votará em Luis Inácio Lula da Silva nas eleições que acontecem no final do ano. Para a atriz, é uma forma de retomar os investimentos em Artes e Cultura no Brasil. Ademais, ele seria a saída para contornar o desmonte promovido por Jair Bolsonaro.
Criadora do Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, a atriz lembra o bordão ‘a mamata acabou’, divulgado amplamente por Jair Bolsonaro, para se referir ao corte de verba para a cultura através da Lei Rouanet. De acordo com a intérprete de Noca em “Um Lugar ao Sol”, é uma imagem que se colou nos artistas, mas que não existe. Pelo contrário, para ela, as vantagens da classe política é que deveriam ganhar o título de ‘mamata’. Contudo, lamenta o fato de isso ser escondido pelos próprios representantes públicos.
“É má intenção. Conseguiram colar essa pecha na gente. A mamata deles continua, só não é desvendada, porque eles se protegem. Fizemos todo o [Teatro] Poeira com nosso dinheiro, mas não temos problema com a Lei Rouanet. Todos os países do mundo têm incentivo para a indústria cultura, que rende milhões e emprega milhões”, reflete.
Ela ainda critica a atual secretaria de Cultura, sob comando do ex-Malhação Mário Frias. De acordo com ela, o ex-ator e agora político não tem capacidade de gerir os projetos culturais de todo o país. “Essa secretaria de Cultura que está aí não entende nada!”, reforça.
A parceira de Marieta Severo na fundação do Poeira, Andréa Beltrão, concorda. Para ela, o atual chefe do Poder Executivo é uma ameaça para a democracia no país, exatamente por tornar o sistema de participação popular tão frágil, de acordo com a entrevista à Folha.
“Temos que lembrar todos os dias o que é democracia, vendo as instituições ruindo por dentro. Esse ano é o ano de gritar, berrar, tentar convencer, ver quem são esses 20% da população. Qual a alma de vocês? Eu tenho medo”, confessa a intérprete de Rebeca em “Um lugar ao Sol”.
Lula e Bolsonaro são as duas figuras principais das eleições que acontecem em outubro deste ano. Outros possíveis candidatos tentam correr por uma chance no segundo turno, mas sem grande relevância nas pesquisas.
