Pessoas não vacinadas têm até 11 vezes mais possibilidade de morte por coronavírus

REGIÃO METROPOLITANA SAÚDE

Três estudos publicados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) mostram a proteção das vacinas contra o novo coronavírus, até mesmo contra a variante Delta. Identificada pela primeira vez na Índia, ela é mais transmissível e responsável pelos recentes surtos da doença em países desenvolvidos.

Um destes estudos analisou mais de 600.000 casos de covid-19 em 13 Estados americanos, representando cerca de um quarto da população, entre abril e julho. Os resultados mostraram que indivíduos que não foram totalmente vacinados eram muito mais suscetíveis à infecção e morte pela doença. Eles tinham uma probabilidade 4,5 vezes maior do que indivíduos vacinados de serem infectados, 10 vezes mais chances de serem hospitalizados e um risco 11 vezes maior de morrer em decorrência de complicações da covid-19.

A proteção da vacina contra hospitalização e morte permaneceu forte, mesmo quando a variante Delta era a cepa dominante Mas, nesse período, a eficácia das vacinas na prevenção da infecção caiu de 91% para 78%. “Como mostramos, estudo após estudo, a vacinação funciona”, disse Rochelle Walensky, diretora do CDC, segundo reportagem do The New York Times.

Os outros dois estudos detectaram uma diminuição da proteção das vacinas entre idosos. Um deles, conduzido em cinco unidades do Centro Médico Veterans Affairs, concluiu que a proteção dos imunizantes contra hospitalização diminuiu de acordo com a idade. Para pessoas de 18 a 64 anos a eficácia foi de 95%. Mas para aqueles com 66 anos ou mais, caiu para 80%, o que ainda é considerado alto. O segundo estudo mostrou que a eficiência das vacinas caiu a partir dos 75 anos de idade.

Os resultados ajudam a avaliar quem precisa de uma terceira dose neste momento. A maioria dos países que já começou ou pretende começar a aplicação de uma dose extra da vacina, deu início pelos idosos e pessoas com imunossupressão. Segundo autoridades de saúde, ainda não há evidências sobre a necessidade do reforço para pessoas mais jovens e saudáveis.

A redução da eficácia das vacinas contra covid-19 entre idosos já foi observada em outros estudos, realizados em outros países, incluindo o Brasil. Isso ocorreu praticamente com quase todos os imunizantes ao longo do tempo. O organismo dos idosos naturalmente tem mais dificuldade de criar uma resposta imunológica robusta e essa redução já era esperada entre pesquisadores, especialistas e autoridades de saúde.

No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou o início da vacinação de reforço para idosos a partir de 70 anos e pessoas com imunossupressão a partir da segunda quinzena deste mês. Mas alguns Estados, como São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul já começaram a aplicar a dose extra nesse público.

adm

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