Pelo menos 23 jornalistas foram infectados pelo novo coronavírus após cobertura do incêndio no Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Aracaju, em maio deste ano. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe (SINDIJOR-SE). Quatro pessoas morreram após chamas atingirem o setor de tratamento de pacientes infectados pela covid-19.
Segundo a entidade, a doença atingiu repórteres de rádio, televisão, jornal impresso e portais de notícias, além de repórteres cinematográficos, fotográficos, chefes de reportagem, editores, assessores de comunicação e imprensa e motoristas.
O sindicato acredita que, por se tratar de uma doença imperceptível, em alguns casos, a perspectiva é que esse quantitativo seja superior diante da provável existência de assintomáticos.
Tanto o sindicato quanto a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) decidiram preservar a identidade dos profissionais afastados, mas apontaram que houve registro em empresas de comunicação pública e particular com atuação, em especial, na capital sergipana.
Para a direção do sindicato, esses casos chamam a atenção para a inquestionável exposição e vulnerabilidade dos jornalistas, bem como a necessidade de imediata inclusão da classe trabalhadora no calendário de vacinação.
“Estamos, seja nas atividades externas e/ou nas redações e assessorias de imprensa, diariamente expostos ao risco da contaminação. Esse número referente ao trabalho desenvolvido no Nestor Piva mostra na prática o real nível de vulnerabilidade que enfrentamos”, avalia o presidente do Sindijor, Milton Alves Júnior.
Atualmente, Sergipe possui mais de 2 mil jornalistas profissionais, sendo que desse total pouco mais de 1,4 mil atuam diariamente na atividade fim. Fora da modalidade home office, menos de 350 seguem atuando em atividades externas. Desde o início da pandemia, 240 profissionais sergipanos já testaram positivo para a covid-19 e cinco morreram.