O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP está investigando um caso de murcomicose – a temida doença conhecida como “fungo negro” – em um paciente com Covid-19. A informação foi publicada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Segundo o texto, o surgimento do “fungo negro” em pacientes de Covid-19 na Índia acendeu o sinal de alerta no mundo. Mais de 9 mil pacientes infectados pelo novo coronavírus tiveram a doença. No Brasil, outros dois casos são investigados, em Santa Catarina e em Manaus. O Ministério da Saúde já está acompanhando o caso de São Paulo.
A doença, no Brasil, é extremamente rara – mas fulminante e fatal. Ela necrosa os tecidos da face, atingindo nariz, olhos e podendo invadir o cérebro.
“O fungo se multiplica e invade os vasos sanguíneos”, afirma o médico Marcello Mihailenko Chaves, da clínica de moléstias infecciosas e parasitárias do HC. A região escurece, daí a doença ser chamada popularmente de ‘fungo negro’.
Para evitar o óbito, os médicos têm que realizar complexas cirurgias que muitas vezes implicam na retirada dos olhos e até mesmo de um pedaço do cérebro. A pessoa fica mutilada. Cerca de 50% não resistem e morrem.
O paciente brasileiro agora em estudo no HC é jovem (tem menos de 40 anos), teve um quadro moderado de Covid-19 e não apresenta as comorbidades associadas ao “fungo negro”.