O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu pela primeira vez, nesta última segunda-feira (8/2), a possibilidade de voltar a pagar o auxílio emergencial, que beneficiou, no ano passado, trabalhadores informais afetados pela pandemia do coronavírus. A declaração foi dada durante entrevista ao apresentador José Luiz Datena, no programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
“Eu acho que vai ter uma prorrogação. Você pode ver: foram cinco meses de R$ 600 e quatro de R$ 300. O endividamento chegou na casa de R$ 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal.Tem que fazer com responsabilidade. Se você não fizer com responsabilidade, você acaba tendo a desconfiança do mercado, aumenta o dólar e impacta no preço do combustível. Vira uma bola de neve ”, disse o presidente.
Em 2020, o auxílio emergencial socorreu 68 milhões de cidadãos diretamente, totalizando um gasto público sem precedentes de mais R$ 300 bilhões em pagamentos. O discurso de Bolsonaro é bastante semelhante ao do ministro da Economia. Na última semana, Paulo Guedes destacou que uma eventual nova rodada do auxílio emergencial deve estar dentro do orçamento e ser acionada apenas em caso de nova calamidade pública.
No ano passado, os beneficiados pelo auxílio receberam ao menos cinco parcelas, entre R$ 300 e R$ 1200. Em setembro, o governo decidiu prorrogar o auxílio até dezembro no valor de R$ 300, mas redefiniu as regras e só 56% dos aprovados fora do Bolsa Família receberam as extras.