O 3º tumor maligno mais frequente na população feminina e a4ª causa de morte de mulheres por câncer no país. Esse é o câncer de colo doútero, um problema de saúde pública que poderia ser melhor controlado caso orastreamento e a vacinação fossem amplamente realizados. No Brasil estáprevisto o aparecimento de 16.590 novos casos para o ano de 2021. No entanto,nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a sua incidência é mais alta que noresto do país, ocupando a 2ª posição, chegando a ser igual ao do câncer de mamana região Norte. Dados como esses mostram a importância do Janeiro Verde, quetraz a conscientização como arma para evitar o aparecimento da doença.
Segundo o Diretor do Núcleo de Cirurgia Oncológica doInstituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), Dr. André Bouzas, o PapilomavírusHumano (HPV) é o principal fator de risco para o câncer de colo uterino,presente em praticamente todos os casos. No entanto, nem toda paciente com HPVvai evoluir para o câncer. Fatores como início precoce da atividade sexual,múltiplos parceiros, doenças sexualmente transmissíveis e tabagismo tambémpodem contribuir para o aparecimento da doença.
Os primeiros sintomas da doença normalmente não aparecem, masela pode causar sinais como sangramento vaginal sem causa, corrimento vaginalalterado, dor abdominal ou pélvica constante, sensação de pressão no fundo dabarriga, vontade de urinar mais frequente e perda rápida de peso. O examePapanicolau é a principal forma de rastreamento do câncer do colo do útero. Aanálise é recomendada para todas as mulheres a partir dos 25 anos com vidasexual ativa até os 64 anos.
“Inicialmente o exame deve ser feito anualmente, mas adepender dos resultados e da pesquisa para o HPV, o tempo entre um exame eoutro pode ser aumentado. A grande vantagem de realizar o rastreamento édescobrir alterações pré-cancerígenas e tratá-las para que não virem um câncerpropriamente dito”, explica Dr. André.
De acordo com o profissional, uma outra estratégia para combater a doença é a prevenção da infecção pelo HPV, que atualmente érealizada com a vacinação, um método seguro e eficaz para combater o vírus. Arecomendação é tanto para meninas dos 9 aos 14 anos, quanto para os meninos dos11 aos 14 anos.
A relações públicas, Laís Martins, passou por momentosdolorosos quando teve a enfermidade, em 2017. Para tratar a doença ela realizouum procedimento chamado “LEEP”, onde tentou remover a lesão, porémnão obteve sucesso e seguiu a orientação do médico de retirar o útero, além defazer radioterapia e braquiterapia. “Foi muito complicado, pois aincerteza e também a vontade de ser mãe deixava a situação mais difícil, mascom fé em Deus e apoio da minha família, amigos e do meu companheiro, eu seguiaté o fim com meu tratamento. Hoje estou ótima e muito feliz, continuo mecuidando e nada mudou na minha vida”, relata Laís.
Tratamento
Quando a prevenção não é realizada e a doença se desenvolve,o tratamento pode ser realizado com cirurgias nos casos mais precoces ou comcombinação de radioterapia e quimioterapia nos casos mais avançados. “Acirurgia consiste na retirada completa do útero com margens de segurança paraos paramétrios, um tecido que fica ao lado do colo uterino, além da retirada degânglios ao redor do útero e vasos sanguíneos da pelve”, informa o especialista.
As chances de cura são maiores que 90% nos estágios iniciais,mas caem consideravelmente com o avançar da doença. Por isso, o importante éprevenir e tentar detectar uma lesão pré-maligna ou um câncer de colo uterinoinicial, trazendo uma possibilidade alta de cura.