Depois de perder em 11 das 15 cidades no segundo turno, recebendo menos de 40% dos votos em seis delas, o PT tenta agora entoar o discurso de que não saiu derrotado nas eleições municipais de 2020.
Fora das capitais e fracassando em disputas, ficando como coadjuvante em locais-chave a exemplo de São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza, o partido tenta colar a imagem em vitórias do PSOL, que teve bom desempenho no pleito deste ano.
Presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a sigla se recolocou em disputas relevantes e foi à final em mais municípios neste ano do que no pleito passado — foram 7 no segundo turno de 2016. Diante do cenário, o ex-presidente Lula, por ora, silenciou.
Para Gleisi, ainda há efeito da onda anti-PT, com ataques que agora foram usados até por antigos aliados. “Em capitais onde o PSOL também chegou bem, como em SP e em Belém, é graças a uma história ligada ao petismo. O sentimento é de animação, não de euforia”, afirmou.
O líder do PT na Câmara, Ênio Verri (PT-PR), admite que o resultado efetivo, de só 4 vitórias, “é pouco” e que ele esperava mais. Em sua avaliação, porém, a esquerda sai vitaminada, com vitórias como em Maceió (PSB), Recife (PSB), Fortaleza (PDT) e Belém (PSOL), mostrando-se capaz de competir com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, desde que unida. Petistas viram no ato de Flávio Dino (PC do B-MA), neste domingo (29), o início de uma via de reconciliação, após o racha em Recife.