COLUNA O FADO; Por; Ricardo Ferreira: AS OPORTUNIDADES DESAPROVEITADAS…

Alguém, anos passados, disse-me: Que os momentos acontecem e desaparecem!
As oportunidades devem ser aproveitadas na sua essência, mas acima de tudo respeitadas. Respeito pelo seu semelhante, pelo outro.
Aquele que está a seu lado, merece dignidade, consideração e atenção.
Este mestre que já não está entre nós, em termos físicos, afirmava convictamente, que o ensejo ou chance, surge, ocorre, brota num fechar de olhos momentâneo.
Exagero ou não, por vezes nos é dado, ao longo desta nossa vivência afirmativa, algumas chances e possibilidades
que desaproveitamos.
Donald Trump é o exemplo mais obvio e evidente deste pensamento e raciocínio.
A ele, foi-lhe dada a possibilidade de governar e dirigir a nação mais influente dos últimos séculos…
Os Estados Unidos da América, passaram por provações, dificuldades mas sempre as superaram, pois a sua essência denota e afirma o “Self Made Man” (empreendedor). Nação de liberdade, onde tudo é possível ser conquistado com trabalho e dignidade.
Pátria do capitalismo e da livre iniciativa, onde os imigrantes tiveram e têm, um papel preponderante no desenvolvimento do país.
Quando eleito em 08 de Novembro de 2016, pelo colégio eleitoral com 304 indicações, apesar de ter perdido nos votos nominais para a sua adversária a democrata Hillary Clinton, Donald Trump, representava a esperança de milhões de americanos, que acreditavam numa nova américa, liberal, transformadora e conceitualmente inovadora no que concerne às propostas apresentadas ao seu eleitorado.
A oportunidade estava nas mãos dele.
Trump não enganou quem votou nele, antes pelo contrário.
Sempre foi igual a si próprio.
Desafiador, resoluto, objetivo e afirmativo o quanto baste.
Mas governar uma nação como os EUA, requer para além do pragmatismo, uma outra postura mais humanista, democrática, conciliadora e diplomática.
Recordo em plena guerra fria (Estados Unidos / União Soviética), a tentaviva diplomática consumada com êxito, do então Presidente Republicano Ronald Reagan, de pacificação com o ex-dirigente Soviético Mikhail Gorbatchov.
Veio a Covid 19 em 2019, milhões de americanos foram contaminados e milhares morreram. Trump fez vista grossa e por meses a fio, desvalorizou a pandemia e o seu alcance mortal.
Culpou a OMS, os Chineses, e outrossim sem apresentar soluções objetivas, nem provas concludentes.
Falava por falar.
Dizia o que lhe vinha à mente sem comprovações científicas.
O que existe de mais valoroso e importante é tão somente, a vida humana.
Entre portas e travessas a intermeio, nasceu e evoluiu o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
BLM regularmente organiza protestos em torno da morte de negros causada por policiais, e questões mais amplas de discriminação racial, brutalidade policial, e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos.
As eleições presidenciais aproximavam-se e Trump não soube ler e compreender o significado das manifestações. (Tivemos no Brasil, movimentos idênticos em 2013 e não só, que mudaram a direção governativa do país. É preciso interpretar o clamor do povo)…
O povo reclama, fala através das ruas.
O presidente Trump não interpretou corretamente, os sinais identificativos e as mensagens adjacentes que as ruas traduziram diariamente.
Pelo contrário.
Criticou os movimentos, as manifestações (algumas erroneamente violentas estupidamente sem nexo), incentivou cada vez mais a divisão, dicotomia, separatismo, entre os norte americanos.
Terça Feira 03 de Novembro de 2020, os eleitores americanos são chamados a votar.
A eleição mais concorrida da história da democracia dos EUA, onde o voto não é obrigatório.
Donald Trump
não quer aceitar a derrota de maneira nenhuma.
O voto pelo correio existe á 240 anos na mais antiga democracia do mundo.
Por pura demagogia acusou sem provas (porque até agora não foram apresentadas provas cabíveis aos tribunais), o Sistema Político Eleitoral Norte Americano, a Bolsa de Valores, a Imprensa, chamou de Corruptos os Delegados que contam os votos nos estados onde ele estava a perder, e lamentávelmente não quer sair da Casa Branca, afirmando que não aceita o resultado das eleições, nem a vitória do seu adversário, o eleito e novo Presidente o Democrata Joe Biden.
Criticou por exemplo, a contagem dos votos no Estado da Geórgia, onde ele verificou uma mudança para o Biden, o que é normal, pois nas cidades, os democratas têm normalmente mais votos e são esses votos vindos pelo correio que são os últimos a serem contabilizados.
Chamo a atenção que o Governador da Geórgia é do Partido Republicano.
Mas não critica ou criticou a contagem dos votos pelo correio no Arizona!
Aqui neste estado, ele está a perder, mas sabe que pode dar a volta aos resultados pois ainda faltam contabilizar milhares de votos enviados pelos correios…
Dois pesos e duas medidas, de um homem que aparenta ser um déspota, aldrabão, arrogante e que se acha e julga dono da verdade.
Humildade zero.
Muito grave a declaração dele, pondo em causa a credibilidade do sistema eleitoral norte americano, que sempre existiu dessa maneira.
Claro que com a pandemia, é obvio que mais pessoas votaram pelos correios e cada estado tem as suas leis no tocante ao recebimento dos mesmos e à sua contagem.
Ele Trump sabe bem disso. Não é a toa que os dois candidados são na história eleitoral americana, os mais votados em termos de votos nominais.
Nas ultimas eleições em 2016 quando ele ganhou de Hillary Clinton candidata democrata, fez as mesmas descabidas, anomalas acusações. Hillary ganhou nos votos populares, mas ele ganhou no número de delegados eleitos. Ai ele não devia ter aceito o resultado ígualmente!!!
Um ser incongruente, execrável, arrogante, e prepotente.
A Casa onde ele mora (Casa Branca), é lhe facultada pelos 328.000.000.00 milhões de cidadãos americanos, não é dele, a porta está aberta e se ele for convidado a sair, deve com dignidade e hombridade, aceitar o convite.
Acusações falsas, sem provas, os tribunais assim o dizem, tentativa de judicializar as eleições presidenciais para ganhar tempo.
Vários canais de televisão norte americanos, interromperam a emissão enquanto ele falava, pois verificaram que as palavras dele, além de mentirosas eram falsas e caluniosas.
Uma vergonha o que esse senhor está a fazer com o seu país e com as instituições que funcionam e são exemplo para todos, à mais de II Séculos.
Dignidade não se compra.
Educação não se compra. Respeitabilidade não se compra.
Ao acirrar os ânimos com mentiras e falsas acusações, Trump pode provocar que os seus seguidores, Cidadãos Americanos Republicanos das Milícias Armadas, dos Racistas de Extrema Direita, do Klu Klux Klan, dos Movimentos Neo Nazistas, tomem medidas extremas e coloquem em risco a democracia, da qual ele é o mais alto representante.
Triste tristeza quando a sobranceria toma conta de mentes empobrecidas pela ignorância e demagogia.
Trump não é nem nunca será o lider de um partido.
Ele é sim, o capitão de um movimento. *”O TRUMPISMO*”…

Até Sempre,
Até Breve,

Ricardo Ferreira.
Consultor – Escritor – Palestrante.