O homem suspeito de assassinar o sanfoneiro Jeovane Silva, de 33 anos, foi detido pela Polícia Militar, solto horas depois e sofreu uma tentativa de homicídio em seguida. Tudo aconteceu na quarta-feira (30/9).
João Estevão Nascimento, 50 anos, foi achado por agentes da 24ª Companhia Independente da PM na cidade de Jacobina. Ele foi conduzido para a Delegacia Territorial e prestou depoimento durante algumas horas. Segundo informações do comandante da 24ª CIPM, major Flailton Oliveira, as investigações apontaram João como autor do crime, mas a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva solicitado pela Polícia Civil.
“Desde a noite do fato até quarta-feira [30/9] ele não foi mais localizado. Nós obitivemos informações de que eles estaria em Jacobina para uma consulta médica no Centro de Atenção Psicossocial e uma operação foi montada para capturá-lo. No local, a própria equipe médica reconheceu o suspeito e acionou a Guarda Civil. João recebeu informações que estava sendo investigado pela morte de Jeovane e conduzido à delegacia”, disse o oficial.
Durante o depoimento, ele negou envolvimento com a morte de Jeovane, alegando que um desconhecido a bordo de uma motocicleta teria surgido e efetuado o disparo contra o sanfoneiro. A vítima, integrante da banda Caciques do Nordeste, foi executada no dia 6 de setembro durante uma briga familiar na zona rural do município de Quixabeira, a 311 km de Salvador.
O homem relatou aos policiais que a mãe de Jeovane era a responsável por fornecer remédios controlados para ele. A mulher estava separada e a amizade entre os dois teria incomodado o sanfoneiro, que entendeu que eles estavam mantendo um caso amoroso.
João argumentou ainda que, no dia do ocorrido, a vítima esteve na casa dele e o ameaçou. “Deus não gosta que minta, se mentir, não vai pro céu. Ele disse que iria me matar. Só que eu confiava nele, eu abraçava ele, eu amo. Eu amava Jeovane”, contou.
O suspeito ainda lembrou que estava sentado, acompanhado do pai e de uma irmã, no momento em que um homem surgiu em uma motocicleta e desceu com arma em punho. O sanfoneiro, segundo João, teria questionado: “você não disse que matava Joãozinho”. Em seguida, foi alvejado.
Após ser liberado, João foi alvejado no pescoço por um rapaz que estava a bordo de um veículo. Ele conseguiu pedir ajuda a funcionários de um posto de combustíveis. A Guarda Municipal foi acionada e o encaminhou para a Unidade de Pronto Atendimento. Ele foi encaminhado para o Hospital Teixeira Sobrinho, onde uma escolta policial foi montada, segundo o comandante da 24ª CIPM, para evitar um novo ataque.
O estado de saúde de João não foi divulgado. A reportagem do Aratu On procurou a Polícia Civil para saber sobre o andamento das investigações sobre o homicídio contra o sanfoneiro, mas não obteve respostas.