Michaella Mignone, 30 anos, da cidade de Marataízes, no Espírito Santo, não imaginava que estava grávida quando deu à luz sua terceira filha, Cecília, na sala de casa. Ao Uol, ela conta que durante os nove meses não teve sintomas de gravidez nem desconfiou da gestação. Michaella diz que seguiu trabalhando normalmente e até fez dieta nesse período.
A mãe que a única coisa diferente que observou foi uma saliência no umbigo. Porém, ao procurar um médico, foi diagnosticada com uma hérnia e encaminhada para cirurgia. Ela diz que já estava com os exames encaminhados quando precisou suspender a preparação por conta da pandemia.
Inclusive, Michaella trabalhou na linha de frente do combate à Covid-19 durante a gravidez. Funcionária pública, ela atuava na área e visitava unidades de saúde para programar novos sistemas nos computadores. Apesar de não ter contato direto com os pacientes, estava no mesmo ambiente que os infectados. No dia a dia, ela lembra de usar jeans e salto alto.
Um dia antes de dar à luz, ela lembra sentir um desconforto abdominal e procurar uma unidade de saúde, onde foi medicada com analgésico e indicada a fazer uma cirurgia de emergência ainda naquela semana. No dia seguinte, acordou passando mal e sentindo dores no corpo. Michaella pediu para o marido levá-la ao hospital novamente, mas ela não conseguiu andar até o carro.
Na sala de casa, deitou no sofá e falou para o marido que achava que estava parindo. “Ele riu e disse que não era possível, mas eu estava com a mesma sensação de quando minhas filhas nasceram”, disse ao Uol. O marido ligou para o primo enfermeiro e para o resgate, mas tudo foi tão rápido que Michaella deu à luz ali mesmo com ajuda apenas do marido.
Ela lembra que tudo foi muito rápido e se assustou ao ver que realmente estava parindo. Quando a ambulância chegou, ela e a filha foram levadas ao hospital. A mãe e a bebê ficaram três dias no hospital fazendo exames que indicaram que as duas estavam bem de saúde.