“Essa semana o caso de uma garota de 10 anos que engravidou por ter sido estuprada pelo Tio ganhou notoriedade e chocou a opinião pública. Por decisão judicial a gravidez foi interrompida e a menina passa bem.
Fundamentalistas religiosos que se dizem pró-vida mas não respeitam a vítima (de novo, uma criança de 10 anos), direcionados por uma aberração política e criminosa, a investigada pela justiça, Sara Winter, que em mais um ato arbitrário divulgou o endereço do hospital, se sentiram no direito de tentar invadir a clínica aos gritos de “assassino” para o médico que realizou o procedimento, são tempos de barbárie, não há como negar.
A religião não pode e não deve ser utilizada como instrumento de violência para as pessoas, atos de extremismo religioso devem ser repudiados e não representam em nada as palavras que Jesus deixou para nós na terra, como cristão é inadmissível que as pessoas usem o evangelho para disseminar e propagar ódio, registro aqui toda minha solidariedade a vítima e aos familiares, uma criança de 10 anos deveria estar brincando e na escola, e não gestando uma criança.
Não é possível mensurar o trauma que essa pobre menina vivenciou ao longo dos anos de violência, o debate deveria ser sobre como erramos enquanto sociedade onde atrocidades como essa acontecem debaixo dos nossos olhos, e não sobre a legalidade do aborto. Ser pró-vida é antes de tudo, olhar pelas nossas crianças, e nisso nós temos errado, e temos errado muito.”
