Se uma máscara de tecido já reduz a chance de contágio do novo coronavírus, imagine, então, uma máscara feita com um tecido capaz de matar o vírus causador da Covid-19. Pois é isso que pesquisaores do Rio de Janeiro vão apresentar, em dois meses.
O tecido antiviral para máscaras de proteção será apresentado por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio).
A informação foi dada à Agência Brasil, nesta sexta-feita (7/8), pela professora Renata Simão, dos Programas de Engenharia de Nanotecnologia e de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe.
De acordo com a professora, no momento, os pesquisadores estão desenvolvendo produtos que vão ser colocados em um tecido normal de algodão, para fazer com que esse tecido comum tenha propriedades aprimoradas e atinja, até, o nível de uma máscara similar à N95.
O tecido que vem sendo desenvolvido é chamado hidrofóbico (impermeável). “O que a gente está fazendo não é desenvolver o tecido e, sim, estamos modificando o tecido para garantir que ele tenha propriedades aprimoradas pelas modificações que fazemos nele”, explicou Renata, acrescentando que é feita a inclusão de partículas antivirais que são capazes de matar o vírus da Covid-19.
Ainda conforme o estudo, o tecido é biodegradável, ou seja, não vai fazer mal para a natureza, e pode ser reutilizável. O tecido está sendo produzido no Laboratório de Engenharia de Superfícies da Coppe (UFRJ), e os testes para a caracterização e constatação da eficácia das nanopartículas estão sendo realizados no Laboratório de Microspia Eletrônica do Inmetro.
Segundo Carlos Achete, specialista em Metrologia de Materiais do Inmetro e coordenador do projeto denominado Tecidos Hidrofóbicos e Ativos para Substituição do TNT Hospitalar, o custo-benefício do tecido será acessível à sociedade, e irá oferecer maior proteção aos profissionais da área de saúde que estão atuando na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
Caso seja comprovada a eficácia do equipamento, a expectativa é que daqui a dois meses, ele já estará pronto para iniciar a produção industrial.