A possibilidade de reinfecção pelo novo coronavírus, apesar de rara, pode sim acontecer. A informação foi divulgada nesta última quarta-feira (5/8) após um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) confirmar. O estudo foi realizado após uma técnica de enfermagem de 24 anos testar positivo para a Covid-19 duas vezes no intervalo de 50 dias. Segundo os pesquisadores, “a constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”.
A pesquisa revela que em 4 de maio, a técnica teve contato com um colega de trabalho infectado e no dia 6 começou a sentir os sintomas: mal-estar, febre, congestão nasal, dores de cabeça e de garganta. No dia 8, ela fez o exame RT-PCR, que identifica o coronavírus no organismo por meio de materiais coletados no nariz e na garganta e o resultado foi negativo. No dia 13, a técnica de enfermagem refez os exames, porque os sintomas persistiram e desta vez o diagnóstico foi positivo. Depois de 10 dias, os sintomas desapareceram e a enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) voltou ao trabalho.
Após 38 dias, em 27 de junho, a paciente então curada, sentiu os sintomas da doença novamente. Além do mal-estar, da febre, das dores de cabeça e garganta, ela sentia dores musculares, cansaço, diarreia, tosse e havia perdido o paladar e o olfato. No dia 2 de junho, a paciente refez o teste RT-PCR e testou positivo. Na época, dois familiares também tiveram os sintomas clínicos e testaram positivo pra covid-19.
“O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por Sars-Cov-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)”, afirmam os pesquisadores da USP ao citar um artigo publicado no American Journal of Emergency Medicine, em junho deste ano.
A mulher não ficou internada nem precisou da ajuda de aparelhos para respirar. Ela se queixa de sintomas de sinusite e de uma dor de cabeça, que surgiu com a segunda infecção e persiste 33 dias após o surgimento da suspeita de reinfecção.