O prefeito de Salvador e também presidente do partido Democratas, ACM Neto, afirmou na manhã desta sexta-feira (15) que não acredita que as eleições municipais previstas para outubro de 2020 devem acontecer. Para Neto, pandemia do novo coronavírus é um verdadeiro obstáculo nos caminhos para o processo eleitoral: “Acho muito difícil que a eleição possa acontecer no dia 4 de outubro, mas não temos condições de dizer quando ela poderá ser realizada, por quanto tempo terá de ser adiada”, afirmou o prefeito.
Durante o painel virtual sobre o tema realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, onde também participaram o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o líder da oposição na Câmara Federal, deputado Alessandro Molon (PSB), Neto também defendeu que sejam mantidos os mandatos de prefeitos, ao invés de prorrogá-los por dois anos, como é previsto em caso de consequência de uma alteração no calendário eleitoral.
Em razão da pandemia, o país poderá ter uma eleição unificada em 2022, se a eleição deste ano não acontecer. “Sou contra a prorrogação de mandato, isso é ruim para a democracia”, ele afirmou. “A coincidência das eleições prejudica a escolha do cidadão”, explicou o gestor municipal.
ACM Neto entende que as eleições municipais e estaduais demandam análises muito diferentes por parte dos eleitores. Por isso, fazer com que as duas decisões sejam feitas ao mesmo tempo pode corromper essa dinâmica. “A eleição municipal é muito própria, o eleitor discute posto de saúde, vagas na escola, não dá para misturar isso com a escolha do governador”, explicou.
“O grande desafio é como fazer a campanha em um país com milhares de mortos, a necessidade do isolamento social. Em agosto, quando a campanha começa, o coronavírus não vai estar resolvido, ainda vai ter muitos casos, vai ser impossível ter aglomeração de pessoas”, afirmou.
Para ACM Neto, a decisão sobre a realização da eleição em 2020 deve ser feita até o começo de junho, quando começam a vencer alguns prazos eleitorais para partidos e candidatos: “A palavra principal que toma o meu sentimento e o da minha equipe é a imprevisibilidade. Não sabemos o que vai acontecer. A gente tem que viver a cada dia a sua agonia”.