Salvador será palco de um evento que promete marcar a agenda das Artes e Humanidades: o ‘SASA Workshop – Construindo Conexões e Confluências’. No próximo dia 18 de dezembro, quarta-feira, das 9h às 18h, no Teatro Rubi, no Wish Hotel da Bahia, o encontro reunirá vozes influentes de três países – Brasil, Malásia e Reino Unido – para debater temas globais que afetam diretamente a sociedade, como direitos das mulheres e meninas, conflitos e pós-conflitos, escravidão moderna e humanidades ambientais.
O evento, que reúne países de três continentes diferentes, busca fomentar parcerias equitativas, moldar estratégias inovadoras e gerar impactos duradouros. O encontro é desenhado como um espaço de troca e construção coletiva, e vai agrupar aproximadamente 70 pessoas, incluindo pesquisadores, representantes governamentais e de organizações não governamentais, líderes comunitários e artistas, que vão compartilhar suas experiências e perspectivas.
Durante o workshop, serão exploradas estratégias colaborativas a fim de contornar desafios, documentando realidades locais e criando bases para ações futuras.
A proposta central do SASA Workshop é mobilizar saberes locais e internacionais, fortalecendo uma rede global de colaboração que valorize a diversidade cultural e as demandas regionais, com o propósito de fomentar diálogos e influenciar agendas de pesquisa e oportunidades de financiamento. A ideia é criar iniciativas para se discutir novas perspectivas tanto para o âmbito da pesquisa, quanto para os territórios e pessoas ligadas aos tópicos debatidos.
Uma iniciativa de impacto global
O SASA Workshop, sigla em inglês para South America and SouthEast Asia (América do Sul e Sudeste da Ásia), é uma aliança estratégica liderada por instituições de renome internacional e nacional: Keele University (Reino Unido), instituição proponente do projeto, Arts and Humanities Research Council (AHRC)- Conselho de Pesquisa de Artes e Humanidades, financiador do encontro e Universidade de Brasília (UnB), instituição parceira brasileira
A Keele University é uma universidade pública do Reino Unido, que oferece diversos cursos de graduação e pós-graduação. A Keele se destaca por manter diversos programas e projetos de pesquisa internacionais, estabelecendo parcerias com universidades de diversos países, dentre eles, o Brasil. A Keele University é a instituição proponente do SASA, através dos professores Prof. Dra. Mariangela Palladino e Prof. Dr. Santiago Abel Amietta, co-líderes do projeto.
O Arts and Humanities Research Council (AHRC) é um conselho público de pesquisa do Reino Unido, o qual apoia e financia pesquisas e estudos nas áreas de Artes e Humanidades. O AHRC é a instituição financiadora do SASA, garantindo suporte e viabilidade para a execução do projeto e do SASA Workshop.
A Universidade de Brasília (UnB) é a universidade federal brasileira que atua como instituição parceira do SASA no Brasil. Essa parceria acontece através da participação e co-liderança do Prof. Dr. Douglas Pinheiro.
A coordenação do Projeto SASA em Salvador está a cargo da Gameleira Artes Integradas, reconhecida por unir arte, saúde e saberes locais em projetos inovadores. A administração geral é da Bicho do Mato, associação baiana com vasta experiência em iniciativas socioambientais e educativas.
O workshop
O evento, com duração de um dia, será um marco para conectar especialistas e organizações das áreas de pesquisa, sociedade civil e indústria criativa. Ele será estruturado a partir de debates temáticos – grupos de trabalho (GT’s)- que pretendem fomentar novas perspectivas e delinear soluções concretas para os desafios identificados.
Os GTs terão dinâmica colaborativa, tendo a participação conjunta de todos os presentes, não possuindo um palestrante. Há um mediador por sala, garantindo que todas as vozes tenham vez na construção do grupo.
Organizado em três eixos temáticos, o evento será conduzido por grupos de trabalho que promovem discussões profundas e enriquecedoras:
–Proteção de Mulheres e Meninas: Esse eixo discute os desafios para garantir a proteção e os direitos de meninas e mulheres no contexto brasileiro, incluindo: prevenção e combate à violência de gênero, acesso à educação, desafios da maternidade e do trabalho de cuidado, sub-representação política, desigualdade econômica, bem como o empoderamento e a promoção da autonomia feminina, abordando políticas e práticas que possam fortalecer essas ações.
–Conflitos/Pós-Conflitos e Proteção Humanitária: reflete a necessidade de compreender esses fenômenos a partir das realidades locais, trazendo à tona as vivências e estratégias de resistência de populações e comunidades impactadas. O GT analisa as complexidades dos contextos de conflito e pós-conflito, focando em questões de proteção humanitária, direitos humanos e o enfrentamento à escravidão moderna.
–Humanidades Ambientais: Propor diálogos sobre práticas ecológicas que integrem múltiplos saberes acerca da valorização de recursos naturais. Destaca-se o papel da cultura e das humanidades na busca por soluções que respeitem a relação intrínseca entre comunidades e ambiente. A abordagem reforça a ideia de que o enfrentamento da crise climática precisa ser cultural, ambiental e humano, garantindo que a preservação esteja alinhada às realidades sociais e às identidades locais.