A comerciante Débora Pantaleão foi pega de surpresa por um e-mail, dois anos após a morte do seu pai Valdir Cândido Duarte. A mensagem, enviada pela gestão municipal de Olinda confirmava a consulta com um neurologista que havia sido solicitada em 2021, ano em que o seu genitor sofreu o primeiro AVC.
A notícia ainda foi recebida pelos familiares de Pantaleão no dia em que Valdir Duarte completou dois anos de morte. “Parecia um deboche”, lamentou.
“No aniversário de morte dele, o cemitério me liga dizendo: ‘Você tem interesse na ossada? Você tem até hoje para dizer se vai buscar. Na sequência, recebo o e-mail [da confirmação da consulta. Meu pai faleceu e, dois anos depois, a confirmação dessa consulta que ele tanto esperou em vida para ter um acompanhamento digno chegou”, disse.
O homem chegou a ser atendido pelos médicos oferecidos pela gestão municipal, mas, com o neurologista não houve retorno. Mesmo após a informação sobre a morte dele, em agosto de 2022, o sistema continuou a tratá-lo como um paciente em espera. Em nota, a prefeitura de Olinda destacou que “lamenta o caso” e afirmou que trabalha para melhorar a integração dos dados.