O Itamaraty enviou uma orientação à embaixadora do Brasil na Venezuela para que ela não comparecesse, nesta segunda-feira (29), à proclamação da vitória de Nicolás Maduro. A instrução à Gilvânia Maria de Oliveira foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira. A informação é de uma matéria do Metrópoles. A recomendação foi dada, após a postura de cautela do governo brasileiro em relação às eleições venezuelanas. Posição semelhante foi adotada por outras autoridades internacionais, que passaram a exigir transparência e não reconheceram, de imediato, o resultado da suposta reeleição de Maduro.
Ainda de acordo com o Metrópoles, através de um comunicado, o Itamaraty informou que aguarda a publicação por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos dados desagregados por mesa de votação. Esse é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, na visão do órgão. O site do conselho continua fora do ar. A mesma cobrança pelos dados já tinha sido feita mais cedo pelos Estados Unidos, Europa e países da América Latina. O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, afirmou, também nesta segunda-feira(29), que existe um incômodo pela falta de transparência no processo eleitoral do país vizinho.
De acordo com Amorim, o governo brasileiro prefere aguardar os dados antes de manifestar sobre o resultado do pleito venezuelano. O assessor foi enviado à Venezuela, a pedido do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e deve retornar ao Brasil na terça-feira (30). Ele disse que, sem a verificação das atas de votação, “fica difícil reconhecer” a transparência do pleito.