A poucos meses do fim de seu segundo mandato como governador da Bahia, Rui Costa (PT) afirmou que a legislação do país compromete o combate ao crime e defendeu a criação de uma política nacional de segurança.
Em conversa com a imprensa nesta quarta-feira (26), ele disse ter “esperança” ao relatar conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ouvindo demandas dos governadores, prometeu criar o Ministério da Segurança Pública, caso seja eleito mais uma vez para comandar o país.
Na ocasião, Rui fez duras críticas às leis vigentes no país e afirmou que se não houver mudanças, as autoridades vão “continuar enxugando gelo” na tentativa de debelar a violência e os crimes.
“É preciso mudar o parâmetro legal no Brasil. Eu acabei de dizer numa entrevista, que a Justiça condena um preso, quando condena, e, infelizmente, é o preso que acaba escolhendo em que presídio ele vai ficar. Ele comanda o tráfico em uma região, fica no presídio daquela região e os índices de homicídios, de violência, continuam acontecendo. Aí o Estado tira ele dali, leva pra um presídio de segurança máxima e em poucas semanas o juiz manda voltar, porque o advogado dele pediu, que ele quer ficar próximo a onde tem os familiares dele, ou seja, onde ele comanda o crime”, disse o chefe do Executivo estadual.
De acordo com o governador, o Brasil “é um dos poucos lugares do mundo onde é o preso que escolhe onde ele vai ficar e não onde a sociedade está mais protegida”. Para ele, a Justiça deve sim exigir que o Estado ofereça condições dignas no presídio, mas, em sua avaliação, na decisão sobre o local do cumprimento da pena “deveria prevalecer a segurança da população e não a vontade do preso”, que, segundo ele, quer “continuar praticando o crime, mesmo dentro do presídio, e transmitindo suas ordens através das visitas de familiares ou de advogados que vão visitar e levam ordem pra assassinar pessoas, pra roubar, matar, sequestrar”.
“Isso tem que mudar. A audiência de custódia solta pessoas que estavam com fuzil na mão, com pistola na mão, crimes filmados, presenciados. Registram e é solto em menos de 24h. Então, ou muda isso, ou nós vamos continuar enxugando gelo”, concluiu Rui Costa.