Salvador é a capital brasileira com maior proporção de adultos que consomem álcool com essa frequência, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas boa parte dessas pessoas consideram que bebem apenas “socialmente”. Em entrevista ao jornal da Bahia no Ar nesta segunda-feira (4), o hepatologista Raymundo Paraná desmistificou essa ideia de consumo exagerado de álcool e a alertou para os risco causados por ele.
“As pessoas estigmatizam que quem tem doença pelo álcool é aquele indivíduo que está à margem da sociedade, que não é mais produtivo ou que tem problema no seio da família. A maioria são indivíduos muito bem inseridos na sociedade, são pais de família, produtivos, pessoas que têm suporte familiar bom, mas consomem álcool em faixa de risco”, declara.
De acordo com o especialista, a faixa de risco é acima de 40g de álcool por dia ou 280g por semana. Isso significa o equivalente a uma garrafa e meia de cerveja ou duas doses de whisk por dia.
Estar na faixa de risco, no entanto, não quer dizer que a pessoa vai desenvolver alguma doença. “Vai depender do limiar de tolerância da pessoa e também de outras comorbidade. Por exemplo, o álcool com obesidade, com hepatite B ou C tem um impacto maior”.
Segundo Paraná, o consumo exagerado de álcool causa uma imunodepressão leve, agindo em uma célula que tem um importante papel na vigilância das infecções virais e sobretudo bacterianas.