O lateral direito português do Corinthians, Rafael Ramos, foi preso por racismo após o jogo contra o Internacional, na noite do último sábado (14). O crime foi denunciado pelo seu companheiro de profissão, o meio campo do Internacional, Edenilson, que afirmou ter sido vítima de racismo do jogador português durante a partida. O atleta teve sua fiança, de R$ 10 mil, paga pelo clube paulista e agora responderá em liberdade.
A Polícia Civil informou que a queixa de Edenilson ocorreu logo após a partida, e que o caso também foi relatado na súmula oficial da partida. Em suas redes sociais, o meia do Inter afirmou que procurou o lateral adversário após o jogo para ouvir um pedido de desculpas, mas o português não o fez, e então ele decidiu registrar um Boletim de Ocorrência.
O atleta do clube paulista também se pronunciou afirmando que o caso não passou de um mal entendido. “No fim do jogo fui ter uma conversa com ele, tivemos uma conversa tranquila. Expliquei o que tinha acontecido, ele explicou o que tinha entendido. Expliquei a verdade. Ele mostrou receio de passar por mentiroso, e expliquei a ele que ele não é um mentiroso, que apenas entendeu errado. Apertamos a mão, e desejo boa sorte a ele”, afirmou o jogador.
O Corinthians também se pronunciou sobre o caso. De acordo com nota oficial publicada, o clube afirma ter ouvido o atleta que negou ter cometido o crime, e explicou que o pagamento da fiança não significa admissão de culpa. “O pagamento de fiança não implica admissão de culpa, permitindo ao atleta que se defenda em liberdade no inquérito. Clube e atleta continuarão a colaborar com as autoridades, certos de que tudo será esclarecido o mais rapidamente possível”, diz o comunicado.
Após as falas do jogador corintiano, Edenilson se pronunciou nas redes sociais afirmando que foi sim vítima de racismo e que não soube como reagir ao ocorrido pois foi a primeira vez que isso aconteceu com ele. “Boa noite, pessoal, passando aqui apenas para me pronunciar. Eu sei o que ouvi. Realmente eu não reagi provavelmente da forma que deveria pois foi a primeira vez que isso aconteceu comigo”, afirmou o meia.
Em nota, o Internacional repudiou o ocorrido e demonstrou todo apoio ao seu atleta. “É inadmissível que ainda ocorram fatos desse tipo em 2022, não há espaço para o racismo em nossa sociedade. O Clube do Povo reitera que repudia todo e qualquer ato de preconceito e apoia o seu atleta”, disse a nota.