Lula é capa da Time: ‘retorna do exílio político com a promessa de salvar a nação’

POLÍTICA

O ex-presidente Lula (PT) estampa a capa da revista americana Time, publicada nesta quarta-feira (4). “O presidente mais popular do Brasil retorna do exílio político com a promessa de salvar a nação”, diz o título da matéria assinada pela jornalista Ciara Nugent.

O texto cita a “jornada de herói” a partir da infância pobre, passando pela trajetória sindicalista, até a incursão política que levou o petista à presidência; em contraposição com a “tragédia”, com as acusações de corrupção, a prisão e a destruição de seu legado por rivais.

Sem seguida, a matéria fala da anulação dos processos contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), por conta da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, e a atual configuração política do país, que coloca o esquerdista Lula como favorito nas pesquisas eleitorais contra “o atual presidente de extrema direita Jair Bolsonaro”.

“O sonho do Brasil que Lula perseguiu durante sua presidência de 2003 a 2010 está em frangalhos, diz ele. Por meio de programas sociais progressistas, pagos por um boom de produtos brasileiros como aço, soja e petróleo, o governo Lula tirou milhões da pobreza e transformou a vida da maioria negra e da minoria indígena do país. Bolsonaro deu um golpe em tudo isso, descartando políticas que ampliavam o acesso de pessoas pobres à educação, limitavam a violência policial contra comunidades negras e protegiam terras indígenas e a floresta amazônica. A COVID-19 já matou pelo menos 660 mil brasileiros. O número, o segundo maior do mundo, provavelmente foi agravado por Bolsonaro, que chamou o vírus de ‘gripezinha’, apelidou as pessoas que seguiam as orientações de isolamento de ‘idiotas’ e se recusou a se vacinar e comprar doses para os brasileiros quando estavam disponíveis. Uma pesquisa nacional de dezembro de 2020 mostrou que mais de 55% dos brasileiros viviam em insegurança alimentar, acima dos 23% em 2013”, diz trecho da matéria da Time.

O texto cita ainda as ameaças de Bolsonaro ao processo eleitoral, “em um eco do comportamento do presidente Donald Trump antes das eleições de 2020 nos EUA”; lembra da aprovação de 83% do petista em 2009, quando o presidente americano Barack Obama o chamou de ‘o político mais popular do mundo’, até a derrocada, com a Lava Jato e a condenação por Moro, que depois viria a ser ministro de Bolsonaro. A recente decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que apontou a parcialidade do ex-juiz no julgamento de Lula também foi mencionada na matéria, que lembrou também episódios tristes como a morte da esposa, Marisa Letícia, que teve um AVC durante o processo e a perda do neto Arthur, de 7 anos, enquanto o ex-presidente estava na cadeia.

adm

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