Em posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin afirma que democracia é “inegociável”

REGIÃO METROPOLITANA

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin tomou posse na noite desta terça-feira (22) como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em seu discurso, o ministro disse que “a democracia é inegociável”.

Fachin integra o Supremo Tribunal Federal desde 2015 e vai comandar o TSE até agosto, quando termina o prazo de quatro anos como integrante da Corte Eleitoral. O ministro vai passar a presidência para o ministro Alexandre de Moraes, que assumiu nesta terça o posto de vice-presidente do tribunal.

Em seu discurso, Fachin defendeu o diálogo institucional e ressaltou que entre os desafios da gestão está a proteção da “verdade sobre a integridade das eleições brasileiras” e a garantia do respeito ao resultado das urnas.

O ministro afirmou ainda que a Corte estará “implacável” na defesa da Justiça Eleitoral, uma vez que “calar é consentir”, e avisou que a instituição “não se renderá”.

“O Brasil merece mais. A Justiça eleitoral brada por respeito. E alerta: não se renderá. Cumprir a Constituição da República se impõe a todos: o Brasil é uma ‘sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”, disse o ministro.

Democracia

Fachin afirmou também que é preciso assegurar a democracia no País. Ainda, segundo o ministro, a defesa do sistema de votação é algo que se impõe no atual cenário do País. Ele também apontou os efeitos negativos da disseminação de notícias falsas.

“A desinformação não tem a ver, apenas e tão-somente, com a distorção sistemática da verdade, isto é, com a normalização da mentira. A desinformação vai além e diz também com o uso de robôs e contas falsas, com disparos em massa, enfim, com todas as formas de comportamentos inautênticos no mundo digital. Diz, mais, com a insistência calculada em dúvidas fictícias, bem ainda com as enchentes narrativas produzidas com o fim de saturar o mercado de ideias, elevando os custos de acesso a informações adequadas”, disse Fachin.

Liberdade de expressão

O ministro destacou também a importância da liberdade de expressão e de imprensa. Fachin disse que o tribunal está sempre aberto ao diálogo e aos aprimoramentos com quem tiver “fé na democracia”.

“As portas estão abertas desde há muito à sociedade civil, aos partidos políticos, às entidades de classe, às Universidades, à ciência, às pesquisadoras e aos pesquisadores e acadêmicos, às lideranças empresariais e de trabalhadores, às pessoas e instituições em geral, ao Ministério Público, à advocacia, às defensorias públicas, à Polícia Federal, às Forças Armadas, e a todas e a todos que tenham fé na democracia”, disse Fachin.

O ministro ainda fez questão de destacar o papel das Forças Armadas nas eleições.

“Passando pelo papel importante e imprescindível das Forças Armadas, especialmente nos trabalhos cívicos e patrióticos de levar as urnas nas mais distantes regiões e rincões do país, fazendo ali chegar, com zelo, segurança e eficiência, todo o conjunto de instrumentos para operar as urnas, e ainda das forças policiais que auxiliam sobremaneira a segurança das eleições”, disse Fachin.

Ausência de Bolsonaro

A cerimônia na Corte Eleitoral foi acompanhada presencialmente por apenas sete ministros do Supremo, pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e por alguns servidores – uma medida de precaução por conta da pandemia da covid-19. As outras autoridades, inclusive de outros Poderes, acompanharam por uma mesa virtual.

A Presidência da República comunicou na segunda-feira (21) ao TSE que o presidente Jair Bolsonaro não compareceria, em razão de “compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda”. Pela agenda pública do presidente, no entanto, não previa compromisso no horário. O vice-presidente Hamilton Mourão participou virtualmente.

adm

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