O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que a inflação cairá neste ano, depois de fechar 2021 em alta de 10,06%, maior nível desde 2015. O Boletim Focus divulgado hoje pelo BC (Banco Central) mostrou que a expectativa do mercado financeiro para a inflação aumentou tanto para este ano quanto para o próximo.
O levantamento semanal do BC apontou que a estimativa para a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, subiu a 5,09% em 2022 e 3,4% em 2023, de 5,03% e 3,36%, respectivamente, na semana anterior..
Ambos os resultados ficam acima do centro da meta, que é de 3,5% para este ano e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em entrevista à Rádio Viva, do Espírito Santo, o chefe do Executivo federal reconheceu que o desemprego e a alta da inflação são problemas. Ele voltou a responsabilizar as medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação da covid-19, mas afirmou que inflação irá arrefecer em 2022. Conforme mostrou o UOL Confere em outubro, o isolamento não é a causa da alta nos preços e ajudaria a acelerar a recuperação da economia se tivesse sido bem feito, segundo economistas.
Bolsonaro prevê queda da inflação, mas mercado estima dado acima da meta.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que a inflação cairá neste ano, depois de fechar 2021 em alta de 10,06%, a nível desde 2015.
O Boletim Focus divulgado hoje pelo BC (Banco Central) mostrou que a expectativa do mercado financeiro para a inflação aumentou tanto para este ano quanto para o próximo.
RELACIONADAS
Mercado eleva perspectiva de inflação para 2022 e 2023, mostra Focus
Bolsonaro nega ser antivacina e diz que “fez a coisa certa” na pandemia
Por que Espanha quer rever reforma trabalhista, o mesmo que Lula disse querer fazer no Brasil
O levantamento semanal do BC apontou que a estimativa para a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, subiu a 5,09% em 2022 e 3,4% em 2023, de 5,03% e 3,36%, respectivamente, na semana anterior.
Ambos os resultados ficam acima do centro da meta, que é de 3,5% para este ano e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em entrevista à Rádio Viva, do Espírito Santo, o chefe do Executivo federal reconheceu que o desemprego e a alta da inflação são problemas. Ele voltou a responsabilizar as medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação da covid-19, mas afirmou que inflação irá arrefecer em 2022.
Conforme mostrou o UOL Confere em outubro, o isolamento não é a causa da alta nos preços e ajudaria a acelerar a recuperação da economia se tivesse sido bem feito, segundo economistas. “Vamos continuar lutando contra o desemprego, pode ter certeza que a inflação vai baixar neste ano”, prometeu Bolsonaro, que deve concorrer à reeleição.
Causas da inflação
Os preços subiram mais no Brasil em especial por causa da desvalorização do real e da queda de investimento estrangeiro. Estes fatores têm relação com o ambiente político do país — o que inclui incertezas geradas pelo governo, como mostrou reportagem do UOL. Também entram na conta problemas como a alta nos combustíveis, a crise hídrica com o aumento na conta de luz e questões climáticas que afetaram a agricultura.
O resultado da inflação de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo de transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no IPCA. O Brasil não teve uma política de isolamento social coordenada pelo governo federal. Ao longo da pandemia, o presidente atacou as medidas de isolamento — comprovadamente eficazes para a contenção da circulação do novo coronavírus — e repetiu a mentira de que o STF (Supremo Tribunal Federal) o impediu de agir no combate à covid.
Coube aos estados e municípios estabelecerem regras próprias, e poucos locais no Brasil aderiram ao lockdown (isolamento total). A maioria dos estados optou pelo isolamento parcial, fechando comércio e serviços em horários ou dias específicos para diminuir a circulação de pessoas. Bares e restaurantes foram fechados, lugares públicos tiveram entrada controlada e aulas foram suspensas, mas raramente houve restrição à circulação nas ruas. O Banco Central atribuiu à pandemia — e, mais especificamente, seus efeitos sobre os preços das matérias-primas (commodities) — e à crise hídrica a culpa pela inflação de 10,06%.
‘Reforma trabalhista não retirou direitos’
Durante a entrevista, Bolsonaro também defendeu a reforma trabalhista feita no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e disse que as pessoas que afirmam que ela retirou direitos dos trabalhadores mentem.