Se você tomou CoronaVac e foi infectado pela variante Delta, já está protegido contra Ômicron, mostra estudo

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Um trabalho divulgado pelo Instituto Butantan nesta quinta-feira (13/1) mostrou que pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses de CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, e depois foram infectados pela variante delta do vírus SARS-CoV-2 estão protegidas contra a cepa ômicron – o que não acontece com quem teve a doença mas não tomou a vacina. O material foi publicado na última segunda (10) na plataforma de preprints Research Square.

Pesquisadores da Universidade Médica Hebei, em Shijiazhuang, e do Beijing Instituto de Microbiologia e Epidemiologia, ambos da China, descobriram que, nessas condições, a efetividade de neutralização da vacina é 14 vezes maior na comparação com quem não recebeu a imunização.

Os cientistas avaliaram a atividade neutralizante de soros coletados de dois grupos de pacientes previamente infectados pela variante delta: o primeiro grupo, de 18 a 77 anos, havia sido vacinado com duas doses da CoronaVac, e o segundo grupo, de nove a 17 anos, não havia sido vacinado. Todos foram infectados durante um surto da delta entre outubro e novembro de 2021 na cidade de Shijiazhuang. Todas as amostras analisadas na pesquisa foram coletadas entre 47 e 53 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. As avaliações foram feitas em relação à cepa original de Wuhan e às variantes beta, delta e ômicron.

“Descobrimos que os níveis de anticorpos contra a cepa original de Wuhan e contra a variante ômicron no grupo vacinado foi significativamente maior do que o observado no grupo não imunizado”, apontaram os pesquisadores. “É importante ressaltar que, após a vacinação, os pacientes com a infecção delta induziram efetivamente um aumento substancial na neutralização do soro contra o vírus de Wuhan e a variante ômicron.”

No grupo vacinado com CoronaVac, formado por 31 convalescentes, foi observado que a infecção com delta após a vacinação aumentou a resposta de anticorpos contra a cepa de Wuhan para 3.942 (títulos), sete vezes mais do que o observado no grupo não-imunizado. Já a resposta de anticorpos contra a variante delta foi de 1.160 (títulos). Com relação à ômicron, a efetividade de neutralização foi avaliada em 269 títulos de neutralização, ou seja, 14 vezes maior do que o resultado do grupo convalescente não-vacinado.

Ainda de acordo com o estudo, o grupo não vacinado, que serviu de base de comparação, era formado por 28 convalescentes, sendo 26 deles jovens com idades entre nove e 17 anos. Ao realizar o ensaio de neutralização do soro deste grupo, os pesquisadores verificaram um grau de neutralização contra a cepa de Wuhan muito menor do que o do grupo vacinado (média de 563 títulos de neutralização) e praticamente igual em relação à variante delta (1.245 títulos), que havia causado a infecção e contra a qual haviam ganhado imunidade. No entanto, a atividade neutralizante contra a variante beta mostrou-se bem menor (38,5 títulos) e apenas seis amostras de soro exibiram atividade neutralizante detectável contra a ômicron, com média de 19,2 títulos de neutralização.

adm

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