O Pix, sistema de pagamento lançado em maio de 2020, já foi utilizado por pelo menos 40 milhões de pessoas, segundo o Banco Central. O sucesso dos pagamentos digitais se deu principalmente por causa da pandemia, onde o uso de carteiras digitais e serviços gratuitos, ou seja, sem taxas, atraiu um grande número de usuários. Isso é possível perceber devido ao alto número de operações com TED e DOC, onde o sistema movimentou, durante o primeiro semestre de 2021, mais de R$ 1,6 trilhão em 2,4 bilhões de transações.
Segundo Marco Zanini, CEO da Dinamo Networks, especialista em segurança digital que atende os projetos do Pix, ainda que o sistema seja cada vez mais utilizado pelos brasileiros devido a facilidade das transações, é justamente essa característica que também atrai os golpes, que vêm aumentando muito nos últimos meses, sendo extremamente necessário ficar alerta quanto a segurança dos dados bancários.
Algumas medidas já começaram a ser tomadas pelo Banco Central, como o limite de R$1 mil nas transferências e pagamentos feitos por pessoas físicas das 20h às 6h. Após 1 ano de funcionamento do aplicativo, nesta terça-feira (16), também entrou em vigor uma nova funcionalidade de devolução, mecanismo que será usado para agilizar o ressarcimento à vítima em casos de fraude ou de erro operacional.
“Ainda assim, 80% dos crimes eletrônicos exploram o que chamamos de engenharia social ou o comportamento do usuário, portanto existem dicas importantes para que a gente se previna dos golpes do Pix, que geralmente acontecem pelo celular”, explica. Confira:
Sempre lembre de fechar os aplicativos de banco e carteiras digitais
Para facilitar o uso, muitos aplicativos de bancos e carteiras digitais permanecem logados após sua utilização. Neste caso, o usuário que não têm o hábito de fechar esses aplicativos continua autenticado, mesmo sem saber. Assim, quando ele está utilizando outra ferramenta, como o WhatsApp ou o Google Maps, e o ladrão pega o celular nessa hora, o aplicativo do banco que estiver habilitado irá possibilitar as transações pelo PIX, pois acreditará que é o titular que está utilizando o dispositivo. “A recomendação é que toda vez que você parar de usar o aplicativo do banco feche sua seção, fazendo um log off, e na próxima vez que for entrar ele vai pedir para você se autenticar de novo com a senha ou o face id”.
Tenha cuidado com as senhas do banco
Ainda que as pessoas saibam a importância da senha para a segurança dos próprios dados e informações, muitos ainda não dão a atenção necessária para esse tópico, priorizando a praticidade do acesso e acreditando que o golpe ou assalto só acontecerá com terceiros. Entre as dicas de segurança é essencial que não opte por senhas simples que sejam fáceis de adivinhar, como uma sequencia numérica ou a própria data de aniversário. Outro ponto é não utilizar a senha do banco em outros apps ou nas redes sociais e não anotá-la em meios digitais como no próprio celular ou computador.
Não confie em mensagens financeiras
Entre os ataques que têm se tornado cada vez mais recorrentes, está o pedido de dinheiro por aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, onde os golpistas clonam as contas e fingem ser as vítimas para contatar familiares e amigos. Outra prática utilizada pelos criminosos são as mensagens ou ligações falsas de bancos ou instituições financeiras pedindo atualização cadastral, que leva a uma página falsificada da instituição, pela qual o golpista poderá clonar a conta da vítima e realizar transferências em seu nome. “Nunca transfira dinheiro quando receber esse tipo de mensagem sem antes confirmar com a pessoa pessoalmente ou por chamada se ela realmente fez o pedido. Acessar links e páginas suspeitas de bancos e instituições financeiras também é perigoso, sempre suspeite e procure as informações do autor do contato”, recomenda.