O advogado criminalista, José Luiz de Brito Meira Júnior, suspeito de ter cometido um feminicídio, na madrugada de domingo (17/10), em Salvador, deve ser ouvido na manhã desta segunda-feira (18/10), em audiência de custódia.
Responsável pela defesa do suspeito, o advogado Domingos Arjones informou, previamente, ao Aratu On, que seu cliente relatou que Kesia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, vítima na ocorrência, foi atingida por um disparo acidental, porém, não informou detalhes da situação.
A arma de fogo envolvida na ação é de propriedade do suspeito e, segundo Arjones, está devidamente registrada conforme o previsto na lei. José Luiz de Britto Meira Júnior era membro da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Bahia (OAB-BA) e foi destituído da função.
“Ele já foi exonerado da Comissão, como medida preventiva. A gente entendeu que iria preservar todo mundo, tanto a família [da vítima] quanto ele […] Ele estando fora dos quadros da OAB dá uma tranquilidade pra todo mundo, nesse momento”, disse o presidente da Comissão, Adriano Batista, acrescentando que a Ordem irá agir de forma isenta.
Em relação à condição do suspeito, como advogado, segundo Batista, ele pode receber uma medida cautelar do Tribunal de Ética e Disciplina, decidindo por uma suspensão preventiva. “Nesse caso, ele fica com o direito de advogar suspenso. Em caso de ele ser condenado pelo crime, ele deverá sofrer um processo de exclusão”, disse, observando que isso, ainda, depende de toda tramitação do processo penal.
AUTUAÇÃO EM FLAGRANTE
Em nota, a Polícia Civil informou que Kesia, namorada do suspeito há dois anos, foi atingida por disparos de arma de fogo, supostamente deflagrados pelo namorado, dentro de um apartamento, no bairro do Rio Vermelho. Ele levou o corpo para o Hospital Geral do Estado (HGE) e, em seguida, foi para a casa de familiares, onde foi preso por uma guarnição da Polícia Militar.
Ainda de acordo com a PC. após ser autuado em flagrante no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pelo crime de feminicídio, ele foi encaminhado à Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter). A 1ª DH/Atlântico, responsável pela investigação, vai ouvir testemunhas para apurar as circunstâncias do crime.
