A empresária Anne Cipriano Frigo, acusada de ser mandante do assassinato do namorado, Vitor Lúcio Jacinto, de 42 anos, teve a prisão preventiva revogada pelo juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 3ª Vara do Júri da Justiça de São Paulo. Na decisão, o magistrado afirmou que manter a mulher detida seria um ato excessivo.
Apesar disso, a empresária ainda precisa entregar o passaporte à Justiça e não poderá sair de casa aos fins de semana e feriados. Além disso, Anne não tem autorização para ir a locais que vendem bebidas alcoólicas.
Segundo a Veja São Paulo, o juiz afirmou que por causa da posição de “destaque” que a empresária ocupa, fica difícil considerar que a soltura traria “riscos à instrução processual”. “De modo muito sincero, para este juízo, fica muito claro que, diante de seu potencial econômico, notório, não seria a prisão que a inibiria de promover atos direcionados a provocar prejuízos à prova do processo”, explica o magistrado na decisão.
“Atente-se para o fato de que Anne é separada do pai de seus filhos e haveria evidente óbice a que empreendesse fuga, a não ser que se admitisse a possibilidade de que deixasse seus negócios e seus filhos para trás, o que não parece nada razoável. Ademais, sob a perspectiva de assegurar-se a aplicação da lei penal, sobreleva notar que medidas cautelares diversas do cárcere, neste caso, se revelam como de elevada eficácia e serão devidamente aplicadas adiante”, completou o juiz.
Marcus Bastos ainda ressaltou que “não há nada que sequer sugira que Anne poderá praticar crimes”, já que ela possuía a ficha limpa antes do ocorrido. “As circunstâncias do caso e o sua possível motivação, a luz da peça acusatória (teórica, portanto), revelam evidente crime de ocasião, em contexto de relacionamento pessoal intenso”, explicou o juiz na decisão, completando que, por causa desses fatores, a mulher não representa perigo à ordem pública.
Entenda o caso
Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo realizaram a prisão da empresária, Anne Cipriano Frigo, no final do mês de junho, em um prédio em Vila Nova Conceição, bairro nobre da cidade. A empresária é investigada por ser mandante do assassinato do namorado.
O corretor de imóveis Carlos Lex Ribeiro de Souza, preso por ser suspeito de ter executado o crime, disse em depoimento à polícia que Anne iria pagar R$ 200 mil para matar Vitor Lúcio.
As investigações apontam que Anne teria encomendado o crime após ter descoberto uma traição de Vitor, com quem tinha um relacionamento há quatro anos.
O crime
O crime ocorreu no dia 17 de junho, quando Carlos, que já tinha prestado serviços para o casal, foi à casa da vítima para convencê-la de ver um terreno. No caminho, atirou na vítima pelas costas e acertou o coração.
O corpo de Vitor foi localizado no dia seguinte, numa região de mata fechada perto da Represa Guarapiranga, Zona Sul de São Paulo. Ele tinha marcas de queimaduras na cabeça e na canela direita, o que indica que o suspeito tenha tentado dificultar a identificação da vítima.
Após a morte de Vitor, ainda segundo a polícia, Anne teria ficado com o celular dele e passado mensagens para parentes e amigos. Ela teria, inclusive, mandando parabéns para si mesma, no dia de seu aniversário.