O apresentador Galvão Bueno e o comentarista Marcos Uchôa criticaram a atitude dos jogadores da seleção brasileira de subirem ao pódio sem os agasalhos do Comitê Olímpico Brasileiro para receber as medalhas de ouro.
“Enaltecer a conquista do bicampeonato olímpico no futebol ontem, mas lamentar a atitude tomada. Gostaria muito de saber de onde partiu a decisão de não usar o uniforme inteiro do Comitê Olímpico Brasileiro, de amarrar na cintura o casaco e usar a camisa do uniforme da Confederação Brasileira de Futebol. Profundamente lamentável a atitude do futebol. Não sei de quem partiu. Vou seguir buscando quem seria o responsável por isso”, disse Galvão durante transmissão da cerimônia de encerramento da Olimpíadas de Tóquio neste domingo (8).
Uchôa, por sua vez, lembrou o quanto a postura da seleção brasileira pode impactar outros atletas. “Isso influi num contrato que ajudam atletas que precisam e veem a olimpíada como grande palco da vida deles. Futebol realmente não vive essa realidade, tem Copa do Mundo… Tem sempre problema entre a Fifa, do futebol, e o Comitê Olímpico Internacional, qual é o grande evento esportivo. Enfim, mas não podiam ter feito isso porque afetam a vida e futuro de todos os outros atletas que precisam desse patrocínio que o COB faz”, analisou.
Entenda o caso
O COB (Comitê Olímpico do Brasil) considerou uma violação das regras o fato de os jogadores da seleção masculina de futebol subirem no pódio para receber as medalhas de ouro com camisas da Nike, empresa americana de material esportivo que patrocina a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O acordo era que, como todos os demais atletas da delegação do país nas Olimpíadas de Tóquio, a equipe usaria, em caso de conquista de medalha, roupas da Peak, companhia chinesa que patrocina o COB.
Competidores que conquistaram medalhas pelo Brasil em diferentes esportes cumpriram o trato, menos o futebol masculino. Neste sábado (7), no horário japonês, Isaquias Queiroz (canoagem) e Hebert Conceição (boxe) também saíram vitoriosos e ganharam o ouro. No pódio e em entrevistas, usaram material da Peak. Já a equipe comandada por André Jardine, após chegar ao bicampeonato olímpico por 2 a 1 contra a Espanha, foi ao pódio com camisas da Nike, as mesmas com as quais atuaram na partida em Yokohama. O agasalho da patrocinadora do COB, por sua vez, ficou amarrado na cintura, sem que fosse possível ver a marca da fornecedora chinesa. O item na cintura por vezes também escondia o símbolo da Peak na calça.