Os Jogos Olímpicos começam oficialmente às 8h desta sexta-feira (23) e o Brasil leva a Tóquio 301 atletas. Entre eles, 10 baianos tentam a chance de subir ao pódio. Vem conferir quais deles aparecem mais forte na briga por uma medalha.
Boxe
O único ouro brasileiro no boxe vem de Salvador: Robson Conceição, no Rio-2016. O pugilista agora disputa como profissional e não pode mais ir a ringue olímpico, mas a Bahia segue muito bem representada na modalidade — dos sete atletas que foram ao Japão, três são do Estado: Beatriz Ferreira, Keno Marley e Hebert Conceição (sem parentesco com seu conterrâneo boxeador de mesmo sobrenome).
Jonne Roriz/COB
Bia, de 28 anos, compete no peso leve (até 60 kg) e foi nada menos que campeã mundial em outubro de 2019, quando derrotou a chinesa Cong Wang por decisão unânime. Ela também faturou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no mesmo ano. Em 2021, a pugilista já garantiu a primeira colocação no Torneio de Strandja, para provar que segue em ótima forma, e chega como um dos principais nomes do boxe mundial e grande promessa para levar a medalha dourada. No ranking internacional mais recente, inclusive, a soteropolitana aparece como a número 1 em sua categoria.
Divulgação
Keno Marley tem 21 anos, é natural de Conceição do Almeida e compete no meio-pesado (até 81 kg). Uma medalha de ouro olímpica em torno do seu pescoço é muito bem-vinda, mas não seria uma completa novidade para o jovem, já que ele foi campeão dos Jogos da Juventude, na Argentina-2018. Ele também acumula uma prata no Pan de Lima e aparece em sétimo lugar para sua categoria no ranking masculino de boxe. O atleta também se destacou no Mundial de 2019, mas encerrou sua participação nas oitavas de final, após ser derrotado para o cazaque Bekzad Nurdauletov, que terminou com o primeiro lugar. Apesar de jovem, os resultados de Keno mostram que o boxeador vai dar trabalho aos seus adversários e não será um alvo fácil de ser combatido. Ele não vai a Tóquio como favorito, mas pode surpreender.
Divulgação/CBB
Hebert Conceição, soteropolitano de 23 anos, compete no peso médio (até 75 kg) e tem uma medalha de prata por Lima-2019. Sua grande conquista, no entanto, é o bronze no Mundial de Boxe, que ele disputou no mesmo ano. Quarto colocado no último ranking mundial, divulgado em 2020 pela Associação Internacional de Boxe (Aiba), o pugilista não obteve bons resultados na sequência, quando venceu apenas uma luta nas duas competições que participou na Europa. O atleta disputou o seu primeiro torneio de 2021 na Bulgária, em fevereiro, mas foi eliminado no confronto de estreia. Um mês depois, no entanto, ele garantiu o bronze na Cologne World Cup e ensaiou uma recuperação, que pode se concretizar em Tóquio. Há o receio, no entanto, que a má fase volte a assombrá-lo.
Natação
Divulgação/COB
Nas piscinas, Breno Correia, de 22 anos, representa a Bahia. Natural de Salvador, o atleta é uma das principais esperanças de medalha na modalidade para o país, no revezamento 4x100m livre, com Pedro Spajari, Gabriel Santos e Marcelo Chierighini. Ele foi campeão também no revezamento no Mundial de Piscina Curta, quando faturou ainda um bronze. Em Lima-2019, ele conquistou dois ouros e uma prata integrando quarteto. Correia também levou a segunda colocação nos 200m livres individual e 4x100m livres misto.
A confiança na equipe de Correia, Santos, Chierighini e Spajari é tanta, que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) vetou o baiano dos 200m livres para não atrapalhar seu desempenho no revezamento, que será no mesmo dia, domingo (25). Murilo Sartori entra em seu lugar.
Futebol feminino
Rafael Figueiredo/CBF
Diretamente de Cipó, Rafaelle Souza vai a Tóquio para disputar sua segunda Olimpíada, depois da Rio-2016, quando terminou em quarto lugar. Com 30 anos, a zagueira acumula um ouro no Pan de Toronto-2015 e se junta à seleção brasileira para tentar a inédita conquista do lugar mais alto no pódio.
Rafael Figueiredo/CBF
A outra baiana na Canarinho feminina é ninguém menos que a atleta brasileira com mais participações em Olimpíadas – sete ao todo. Aos incríveis 43 anos, a meia Formiga chega novamente em alta forma e com a vontade de quem bateu na trave duas vezes, com as pratas de Atenas-2004 e Pequim-2008. Ela foi também vice-campeã mundial pela seleção, em 2007, e conquistou três ouros em Pan-Americanos (Santo Domingo-2003, Rio-2007 e Toronto-2015).
O futebol feminino, que estreou na quarta-feira (21), antes da abertura oficial desta sexta, viu o Brasil golear a China por 5 a 0. Rafaelle e Formiga entraram em campo como titulares. A equipe dos Estados Unidos ainda chega como favorita para mais um ouro, mas levou 3 a 0 da Suécia no primeiro confronto, e já quebrou o encanto de “seleção indestrutível”.
Futebol masculino
Lucas Figueiredo/CBF
Assim como no futebol feminino, no masculino o jogador mais experiente da seleção é um baiano. O lateral-direito Daniel Alves, nascido em Juazeiro, chega a sua primeira edição dos Jogos Olímpicos aos 38 anos e comanda a Canarinho na tentativa de repetir o ouro da Rio-2016.
Com a braçadeira de capitão e a titularidade garantida, o jogador mais vitorioso da história mundial vai em busca de mais um título para a conta. Para a sorte de Daniel, o lateral tem ao seu lado um elenco talentoso, com grandes chances de subir ao pódio. O sonho da “dobradinha” dourada não parece tão distante, muito menos depois da vitória de estreia por 4 a 2, na quinta (22), sobre (logo quem) a Alemanha.
Canoagem
Jonne Roriz/COB
Um dos principais nomes da delegação brasileira em Tóquio, Isaquias Queiroz, Ubaitaba, chega com moral após as três medalhas conquistadas na última edição. Pode ser considerada uma das principais esperanças de medalha da Bahia e do Brasil, cacifado pelo tricampeonato mundial da modalidade conquistado no último ciclo. Ele já avisou que vai em busca do ouro e quer ultrapassar os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael para ostentar o título de atleta que mais subiu ao pódio olímpico pelo país. Se repetir o que fez no Rio, ele consegue.
Jonne Roriz/COB
Substituindo o também baiano Erlon Souza, dupla original de Isaquias que sofreu uma lesão, Jacky Godmann, natural de Ubatã, vai disputar junto ao medalhista a prova C2 1.000 metros.
Com Isaquias ao seu lado, Jacky tem o vento a seu favor e aumenta exponencialmente suas chances de pódio.
Maratona aquática
Miriam Jeske/COB
Única representante do Brasil na modalidade, a soteropolitana Ana Marcela Cunha chega a Tóquio embalada pelas duas medalhas de ouro internacionais conquistadas em 2021.
Cinco vezes campeã mundial e seis vezes eleita a melhor atleta do mundo de maratona aquática, é uma das favoritas ao primeiro lugar do pódio. A baiana tem tudo para conquistar a primeira colocação, mas há de se lembrar que a expectativa era a mesma em sua segunda Olimpíada, no Rio, quando terminou em 10º lugar. Em Pequim, Ana Marcela chegou em quinto.