Morre Firmino de Itapoan aos 78 anos, um ícone do samba de roda popular da Bahia

REGIÃO METROPOLITANA

Faleceu neste sábado (29), Firmino Rodrigues de Santana Filho, mais conhecido como Firmino de Itapoan, cantor e compositor brasileiro.

Seu filho postou nas redes sociais um áudio informando o falecimento de Firmino, amigos também postaram nas redes sociais mensagens emocionantes pela perda do artista e amigo. De acordo com informações iniciais Firmino teria sofrido um infarto fulminante.

Embora seu nome artístico homenageie o bairro de Itapuã, Firmino nasceu no bairro da Liberdade.

Na década de 1980 seus discos chegaram a vender mais de trezentas mil cópias, e fez sucessos como as músicas “Samba de Malandro” e “Moinho da Bahia Queimou”, mas sua canção mais conhecida é “Boa noite pra quem é de boa noite”; lançou seu primeiro disco na década de 1960 e ao longo da vida mais outros cinco álbuns.

Em 2011, ao completar cinquenta anos de carreira, recebeu da Câmara Municipal de Salvador a medalha “Zumbi dos Palmares” como homenagem, além da realização de vários shows no Pelourinho.

Em 2013 realizou show para comemorar os setenta anos de idade no Espaço Xisto Bahia, na capital.

Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, Firmino lançou o clipe “Pisada do Nego”, em homenagem ao Ilê Aiyê, em seu canal no YouTube.

Mais sobre Firmino de Itapoan, texto publicado na página do Instagram @esambadabahia.

É com grande pesar que comunicamos a passagem de um dos grandes baluartes do samba da Bahia, o mestre Firmino de Itapoan. Que a família e os amigos recebam os nossos sinceros sentimentos e tenham apoio e conforto neste momento de perda.

Firmino de Itapoan iniciou a carreira de crooner na Rádio Excelsior, em Salvador, nos anos 60. Foi no bairro da Liberdade, seu verdadeiro reduto, que tomou gosto pela arte de cantar, inspirado pelas interpretações de Agostinho dos Santos. Não deixava escapar nenhuma oportunidade de se apresentar em programas de calouros e chegou a integrar trupes de circo em excursões pela Bahia. Vencendo seguidos concursos em Salvador, passou a fazer parte do ‘cast’ da Rádio Excelsior, rumando, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde apresentou-se em boates e casas de shows por 12 anos.

Com dois LPs gravados pela Copacabana no final dos anos 70, alcançou enorme êxito, chegando a vender mais de 300 mil cópias por todo o país. Foi pioneiro na gravação de músicas de blocos afro, de índio e afoxés de Salvador, como Ilê Aiyê, Apaches do Tororó, Filhos de Gandhy e Badauê, além de ter sido o primeiro a gravar uma composição de Roque Ferreira. Antes, em 1967, quando ainda atuava na Excelsior, venceu um concurso de músicas de carnaval da Prefeitura de Salvador com o samba “Rio de Lágrimas”, de Ederaldo Gentil, possibilitando o primeiro registro fonográfico do poeta do Tororó, feito pela cantora Raquel Mendes.

Firmino de Itapoan desenvolveu, ainda, uma exitosa carreira internacional, sendo um dos sambistas que mais atuaram fora do país. Em 1985, partiu para uma excursão com o grupo “Brasil Tropical Ballet” pela Europa que duraria cinco anos e passaria por 22 países. Posteriormente, com o conjunto “Bahia Brasil”, fez apresentações no Equador, no Peru e na Colômbia.

Autor de sucessos como “Samba de malandro” (com Orlando Rangel) e “Moinho da Bahia queimou” (com Edson Menezes), teve composições gravadas por nomes como Beth Carvalho, Gilberto Gil e Fundo de Quintal.

Mais um grande nome que ficará para sempre gravado na história do samba da Bahia e do Brasil!

adm

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