O sambista e presidente de honra da Estação Primeira da Mangueira, Nelson Sargento, 96 anos, morreu nesta quinta-feira (27/5) em decorrência a complicações da Covid-19.
O cantor havia sido transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Instituto Nacional de Câncer (INCA) no último sábado (22/5) após testar para a doença na quinta-feira (20/5). Seu estado de saúde era considerado grave pela equipe médica.
Além de idoso, Nelson fazia parte do grupo de risco para a Covid-19 por possuir comorbidades já ele sofreu com um câncer de próstata em 2005. Na noite desta última quarta-feira (26/5), a unidade de saúde chegou a emitir um comunicado reforçando que o estado era grave, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral.
Houve ainda piora do padrão ventilatório e hipertensão, assim respirando com auxílio de máscara de oxigênio.
Nelson havia sido vacinado contra a Covid-19 com as duas doses do imunizante contra o novo coronavírus e até participou de uma campanha da Prefeitura do Rio no início da imunização na cidade. Além da mulher, Evonete Belizario Mattos, o sambista deixa seis filhos biológicos e três adotivos.
Sargento assinou mais de 400 composições, como “Primavera”, “Agoniza, mas não morre” e “Cântico à natureza”, e é considerado um dos maiores nomes do samba brasileiro, com atuação de vida junto à escola de samba Mangueira.
O artista dedicou seus últimos anos à leitura, à conclusão de versos e à pintura de quadros. Alguns foram vendidos por valores entre R$ 2,9 mil e R$ 3,5 mil, ajudando a compor as finanças da família.