Vereador dr. Jairinho é indiciado por tortura contra filha de ex-namorada; ele também é suspeito de espancar Henry

REGIÃO METROPOLITANA SEGURANÇA

O vereador Dr. Jairinho (sem partido) foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de tortura majorada contra a filha de uma ex-namorada. Ele também é suspeito de ter causado a morte do menino Henry, filho da sua atual companheira.

O delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), informou ao Uol que as agressões foram confirmadas pela menina após a mãe e a avó da criança denunciarem o parlamentar. Essa denúncia, inclusive, foi o que motivou a suspeita do envolvimento do vereador no caso Henry.

Segundo a polícia, os crimes aconteceram entre 2010 e 2013, quando a vítima tinha de 3 a 5 anos. Junto ao inquérito enviado ao Ministério Público com diversas provas e laudos periciais, a polícia pediu a prisão preventiva do parlamentar. Se condenado, a pena de Jairinho pode chegar a oito anos.

A menina, que hoje tem 13 anos, contou em depoimento que ele bateu a cabeça dela contra a parede de um banheiro em uma ocasião e a afundou na piscina, em outra. “Esse caso serve para corroborar o perfil violento do Dr. Jairinho contra crianças e filhas de pessoas com as quais ele tem relacionamento amoroso”, disse o delegado Felipe Curi ao comentar as acusações contra o vereador.

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PROVAS

A avó da vítima contou que, ao ver um machucado na testa da menina, perguntou a Jairinho sobre o ocorrido, tendo como resposta “que o ferimento foi provocado por uma batida no console do carro após uma freada brusca durante a ida a um shopping”.

Em um outro episódio, a menina apareceu em casa com o braço imobilizado e o político disse que ela se machucou no judô. O professor da academia, chamado para prestar esclarecimentos, disse não se lembrar de tal situação.

Além deste inquérito finalizado, a Polícia Civil ainda investiga uma outra denúncia de agressão, contra um menino, também filho de uma mulher com quem Jairinho se relacionou. Ainda de acordo com o Uol, a criança já foi ouvida pela polícia e relatou que o vereador colocou um pano e papel em sua boca, o deitou em um sofá e teria pisado sobre seu corpo.

A mãe do garoto também destacou outra situação, em que o filho torceu o joelho em um momento que estava sozinho com o padrasto. Na época, o político ligou para ela dizendo que havia levado a criança pro hospital e que os médicos constataram uma fratura no fêmur.

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INQUÉRITO

Apesar de serem similares, os casos relatados não tem relação entre si. O delegado Curi enfatizou que o pedido de prisão preventiva feito pela polícia na situação com a adolescente não interfere no inquérito que ainda segue em andamento na 16ª DP (Barra da Tijuca) apurando a morte de Henry ou com a outra criança, de nome não divulgado.

Além disso, ao longo das investigações que resultaram na conclusão deste inquérito, a mãe da menina relatou que também sofria violência doméstica. “Foi aberto um novo inquérito na DCAV contra a violência doméstica. A mãe é tratada como vítima de agressão. Dessa criança específica não houve omissão da mãe”, explicou o delegado Adriano França.

“Da mesma forma que era violento, tinha o lado carinhoso, mas somente no âmbito social, em festas ou na frente da mãe. O perfil dele era na clandestinidade. O perfil é de crianças da mesma faixa etária e as lesões praticadas, isso chama a atenção. Essas crianças narraram agressões semelhantes”, continua o policial.

adm

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