O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje (3) que, caso recomendem que ele seja vacinado contra o coronavírus, ele tomará o imunizante. A fala ocorre após meses de negação sobre a eficácia e a utilidade das doses usadas para conter a pandemia da Covid-19 no país, que já perdeu quase 330 mil pessoas. Ao retornar ao Palácio do Alvorada depois de uma volta com o novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, para tomar sopa em uma região administrativa próxima a Brasília, Bolsonaro disse a jornalistas que pode ir a um posto de saúde ser vacinado. No entanto, como já foi infectado pela doença, prefere que outras pessoas sejam imunizadas antes. “Já estou imunizado com o vírus. Se acharem que devo vacinar, vacino, não tem problema nenhum. Mas acho que esta vacina minha tem que ser dada para alguém que ainda não contraiu o vírus e corre um risco muito, mas muito maior que o meu”, disse Bolsonaro.
A ciência já demonstrou que a vacina é eficaz até mesmo para quem já teve a doença. Nesta semana, pesquisadores da USP comprovaram o primeiro caso de reinfecção causada pela variante brasileira do coronavírus, a P1, no município de Araraquara, no interior paulista. A identificação de reinfecções por variante é complexa, pois depende da realização de sequenciamento genético das amostras colhidas nos testes RT-PCR.
Especialistas apontam que o coronavírus tem passado por quase duas mutações por mês, e estas geram subgrupos de vírus, as chamadas cepas. Por isso o sequenciamento genético é tão importante para provar uma reinfecção – ele demonstra que se trata de duas infecções diferentes, e não do ‘ressurgimento’ ou fortalecimento do mesmo agente infeccioso em um primeiro adoecimento.