O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), afirmou nesta quarta-feira (17) concordar com o decreto de toque de recolher anunciado pelo governador Rui Costa (PT) e disse que não descarta adotar medidas mais duras para conter o avanço da pandemia de Covid-19 na capital. O chefe do Executivo assegurou ainda que a gestão municipal atuará para que o decreto estadual seja cumprido —a partir desta sexta (19), a circulação nas ruas e o funcionamento de estabelecimentos comerciais passará a ser proibida das 22h e 5h na maior parte do território baiano.
“Os decretos estaduais se sobrepõem aos decretos municipais. Concordo com a medida que o governador tomou ontem [terça-feira]. Então, das 22h às 5h da manhã, ninguém na rua. Isso, na prática, representa fechar bares, restaurantes e todo o comércio às 22h. Conforme estabelecido o decreto, o que cabe à prefeitura? Interditar e cassar alvará”, declarou o prefeito em uma coletiva de imprensa.
Ao justificar a possibilidade de implementar restrições mais severas, Bruno Reis mencionou a crescente pressão nas UPAs. Segundo ele, nas últimas 24 horas, esses locais tiveram recorde de pacientes à espera de transferência para UTIs destinadas ao tratamento do novo coronavírus. A cidade tem 74% desses leitos ocupados.
“Eu não descarto, até sexta-feira, a gente ter que anunciar medidas mais duras e necessárias em nossa cidade. Para vocês terem ideia, nessas últimas 24 horas nós batemos recorde em Salvador de demandas por leitos de Covid. Foi um total de 97 solicitações. No auge da pandemia, na primeira onda, o dia que nós tivemos a demanda maior foram 60 regulações. Ontem nós regulamos 60 pacientes e tem mais 34 aguardando nesse momento: 19 leitos de enfermaria, uma pediátrica e 14 leitos de UTI, além de 12 que estão em transporte e um que foi aceito e iniciaria transporte. Isso totaliza 97 solicitações em 24 horas”, detalhou.