O psiquiatra baiano Juliano Moreira está sendo homenageado nesta quarta-feira (6/1) pelo 149º aniversário com um Doodle exibido na página inicial do buscador do Google. A figura ostenta uma ilustração do rosto do médico, que é considerado o pai da psiquiatria no Brasil por promover uma revolução no método de tratamento de transtornos mentais, centralizada na marca do buscador, que é representada por fitas e faixas coloridas.
Moreira é um dos grandes nomes de estudiosos negros relevantes na história do Brasil. O Doodle de Moreira está sendo exibido apenas no Brasil, nas versões do buscador para computador e celular. Ao clicar na figura, o usuário é direcionado para os resultados de busca sobre a vida do profissional de saúde. O link no canto da imagem também permite que o internauta compartilhe a figura comemorativa por e-mail ou pelas redes sociais.
O profissional viveu no início do século 20 e teve que lutar para combater o racismo científico e a falsa associação de doença mental à cor da pele. Juliano nasceu em Salvador, em 1872, filho de uma mulher negra, apontada em algumas biografias como escrava, que trabalhava em uma casa de aristocratas na Bahia.
A vida dele foi marcada pela a condição de pobreza e pelo força de vontade em vencer fortes obstáculos para entrar na Faculdade de Medicina da Bahia aos 13 anos. Aos 18 anos, ele já estava formado e era um dos primeiros médicos negros do país, segundo dados da Academia Brasileira de Ciências.
Vale lembrar que cinco anos após sua formatura, Juliano se tornou professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Bahia, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Depois disso, teve que luta contra teses racistas que relacionavam a miscigenação a doenças mentais. A maior contribuição de Juliano para a história se deu ao humanizar o tratamento de pacientes psiquiátricos.
Ele aboliu o uso de camisas de força, retirou grades de todas as janelas e separou pacientes adultos de crianças ao assumir a direção do Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, em 1903. Graças aos esforços dele, foi aprovada uma lei federal para garantir assistência médica e legal a doentes psiquiátricos.
Ele também foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina legal e da Academia Brasileira de Ciências, da qual foi presidente. Ele morreu em 1933 em decorrência de uma tuberculose. Um hospital psiquiátrico foi nomeado como Hospital Juliano Moreira, na avenida Edgar Santos, no bairro Narandiba, em Salvador, como homenagem póstuma ao psiquiatra.
