Pacotes misteriosos têm sido entregues a moradores de Santa Catarina junto a compras realizadas pela internet, como um brinde. Os pacotes, supostamente enviados da China, descrevem o conteúdo como “joias”, mas são, na verdade, sementes.
Apesar de parecerem inofensivas, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) emitiu um alerta à população e, em caso de recebimento, orientou que os pacotes não devem ser abertos, e as sementes não devem ser plantadas, já que podem estar contaminadas com pragas capazes de impactar as plantações agrícolas da região. O material será periciado.
“Caso o cidadão não tenha feito nenhuma compra, mas tenha recebido um pacote suspeito, não abra, não semeie e não jogue no lixo. Leve-o até um escritório da Cidasc ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mais próximo para que sejam recolhidas”, alertou o órgão.
O primeiro pacote de que se tem notícia chegou a um morador da cidade de Jaraguá do Sul, norte do estado de Santa Catarina. A pessoa realizou a compra de um objeto de decoração por meio da internet e, ao receber a encomenda, recebeu também outro pacote contendo duas embalagens com as sementes.
Após a repercussão, ao menos 30 moradores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul entraram em contato com as autoridades para informar que também receberam as sementes via Correios, algumas delas não haviam feito compras na internet.
Casos no mundo
Outros países também registraram o recebimento de pacotes com sementes misteriosas provenientes da China. Ainda não há evidências exatas de quando os envios começaram, nem o volume de sementes distribuído.
Em julho, agricultores dos Estados Unidos relataram o recebimento de embalagens não solicitadas contendo sementes chinesas. “Não temos informações suficientes para saber se isso é uma farsa, brincadeira, fraude ou ato de bioterrorismo agrícola”, declarou o comissário da Agricultura do estado do Kentucky (EUA), Ryan Quarles.
As autoridades também investigam a possibilidade de vendedores chineses estarem usando endereços de consumidores americanos que fazem compras com frequência na internet para fazer vendas falsas, e assim, aumentar a classificação positiva dos seus produtos em sites de e-commerce.