Com a retomada de diversas atividades econômicas, muitos trabalhadores tiveram que deixar o isolamento e arriscar a própria vida em ônibus lotados, todos os dias.
Especialistas ouvidos pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, afirmaram que os transportes cheios representam risco eminente de novas ondas de contágio da Covid-19.
“A grande vulnerabilidade dessa abertura tem sido o transporte coletivo. Pesquisas já mostraram que pessoas que precisam sair para trabalhar, usar o transporte público e se expor mais têm cinco vezes mais chance de se contaminar do que as pessoas que estão fazendo home office e saindo apenas para atividades essenciais”, disse Mario Roberto Dal Poz, médico sanitarista e professor do Instituto de Medicina Social da Uerj.
O infectologista Edmilson Migowski, da UFRJ, falou que a lotação dos transportes públicos pode ser o calcanhar de aquiles no plano de flexibilização.
“Transportes públicos superlotados são o principal gargalo no controle da transmissibilidade do novo coronavírus. Por isso, sou favorável à flexibilização dos horários de entrada e saída das pessoas no serviço e ao aumento da oferta de vagões, no caso de trens e metrô, e de carros no caso dos ônibus”, afirmou.
Em Salvador, a situação não é diferente e os ônibus ficam lotados durante todos os dias. Mesmo com a fase 3 da flexibilização do isolamento, a frota de ônibus ainda não está toda nas ruas da capital baiana.