Um quer, o outro não: como lidar quando você (ou seu par) não quer transar na mesma hora

REGIÃO METROPOLITANA SAÚDE

Camila Maccari

Quem nunca esteve pronta para transar e encontrou um parceiro sem vontade ou, pelo contrário, não sentiu vontade alguma enquanto a outra pessoa estava lá, suuuuper a fim? Quando você está em um relacionamento, nem sempre as duas pessoas vão querer transar na mesma hora – e tudo bem! O nome disso é assincronismo sexual: uma parte do casal quer fazer sexo, e a outra, não. Como lembra a sexóloga e terapeuta de casais Rita Nunes, ninguém precisa transar sem estar a fim. E, nesses casos, aprender a dizer não é importante porque estabelecer limites é base de uma relação saudável.

– Às vezes, também, vale tentar um pouco mais: dizer “não” é importante assim como saber identificar quando a falta de sexo acaba sendo resultado de um casal acomodado e com preguiça que foi, aos poucos, parando de transar e se acostumou com isso.

Problema é quando as vontades nunca se encontram, principalmente porque uma das partes não tem, nunca, vontade de transar. E sempre aparece a indisposição, falta de tempo, dor de cabeça.

– Se o “não” for muito frequente, é hora de prestar atenção. Pode ser sinal de que há alguma dificuldade com algum dos parceiros ou com o casal mesmo. Aqui, é importante investigar se não há doenças físicas ou psicológicas de uma ou de ambas as partes ou, até mesmo, um desinteresse pelo parceiro.

Se esse for o caso, o primeiro passo é uma conversa franca com seu parceiro, por mais desagradável que seja – afinal, como lembra Rita, a pessoa com quem você está deve ser aquela com quem você consegue conversar sobre qualquer coisa, até as mais desagradáveis. É importante ser assertivo, genuíno com o parceiro, mesmo que ele não goste. Depois disso, se vocês decidirem juntos recuperar o tesão que sentiam um pelo outro, vale se comprometer.

 

:Rita traz dicas para ajudá-los:

Recuperem o contato

Para Rita, muitos casais sucumbem à rotina: se acostumam um com o outro e com o sexo, a mesmice acaba com a motivação e a insatisfação leva a uma vida sem sexo. Afinal, se não está bom, você não vai querer fazer. O primeiro passo, depois de perceber que a assincronia é um problema para vocês, é se reconectar com o parceiro, com o seu corpo e seus desejos.

– Voltar a olhar com atenção para aquela pessoa, dormir juntinho, ter espaço para o toque e inventar atividades diferentes para fazerem juntos. Quando vocês voltam a se tratar como se fossem namorados, percebem a diferença na relação. Recuperem desejos e fetiches e explorem isso juntos.

Separem um tempo apenas para os dois

Além de fazer programas juntos, como ir ao cinema, sair para jantar, tirar um tempinho para conversar, a dica também é colocar o sexo na agenda. Pelo menos no começo, explica Rita:

– Pode não fazer sentido mas, para um casal que se afastou completamente, é necessário reinserir o hábito de uma vida sexual, do mesmo jeito que você faz quando decide começar a ir para a academia. Reservem um tempo para vocês e respeitem esse tempo como vocês costumam respeitar os outros compromissos – explica Rita.

Encontrem o equilíbrio

Tudo tem um meio termo: ninguém está falando em transar sem vontade, mas sim em se permitir e baixar um pouco a guarda. Se o problema de vocês é que um só gosta de transar pela manhã e o outro só à noite, dá pra organizar essa agenda sexual e intercalar os horários, por exemplo.

– Quando o casal realmente quer voltar a ter uma vida sexual satisfatória, vai se comprometer com isso. Sentir-se disponível para horários ou posições diferentes, por exemplo, pode acabar surpreendendo e sendo extremamente bom – explica Rita.

Desenvolvimento individual

Pode não ser a primeira coisa em que você pensa quando sua vida sexual está meio bagunçada mas manter a atenção no seu desenvolvimento individual também faz sentido:

– Quando estamos dando conta das nossas metas e objetivos, a nossa segurança emocional também aumenta. Isso é bem importante numa relação de casal.

adm

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