O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que defende aliança eleitoral em 2022 com “todo mundo” que não esteja “corroborando” com “atos de truculência” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A declaração foi dada ao Jornal O Globo, em entrevista publicada nesta terça-feira (25/8).
“Se a gente começar esse debate por nomes, a gente já começa pela divergência. Não temos que começar pelo mais difícil. Mingau quente, a gente come pelas beiradas. Passadas as eleições deste ano e o pico da pandemia, nós temos que nos debruçar para construir um programa de governo. Não adianta ter nomes e não ter conteúdo. Nós venceremos pelo conteúdo e não pela bravata. Durante o ano de 2021, o conjunto de partidos de diferentes cores, do centro à esquerda, deve se reunir, e quando se aproximar da eleição a gente entra no debate de perfis, de nomes, de condições de vitória, de análise disso. E afunilar se não construir exatamente uma, podemos ter duas candidaturas ou três”, frisou o gestor estadual.
O petista afirmou ainda que não teria “nenhum problema” juntar orientações políticas tão diferentes, como as do DEM, PSDB, PT e PSB. O partido Democrata, inclusive, é presidido nacionalmente pelo prefeito de Salvador, ACM Neto, com quem Rui apresentou grande afinidade, especialmente depois do início da pandemia no Brasil, com as ações orquestradas tanto pelo Governo quanto pela Prefeitura da capital.
“Nós vamos chamar. Quantos temas nós já chegamos e já discutimos com o [João] Doria (PSDB), com o Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande Sul. Não tenho nenhum problema em sentar com eles e conversar sobre pilares necessários à nação brasileira, o futuro deste país. Democracia, transformação política e social você só faz com diálogo e com entendimento de conteúdo, de projeto. Se não você vai ficar eternamente refém de bancadas do ‘toma lá da cá’, como hoje o Governo Federal está fazendo. Criticava tanto e está fazendo”, desabafou Costa.
“Não vejo nenhum problema em sentar com Doria, com Eduardo Leite. No futuro, é possível construir um só nome? Não é possível, então vamos de dois, vamos de três com o compromisso de quem tiver o maior reconhecimento popular e comporá uma coalizão para governar. E se não for possível no primeiro, que se faça (aliança) envolvendo eventualmente no segundo turno. Defendo esse diálogo”, ressaltou.
Rui Costa ainda criticou a conduta do presidente Jair Bolsonaro. “Eu não deposito expectativa num padrão civilizatório do presidente. O padrão dele é estimular a agressão, o ódio e as ofensas a todos…”