Por: Poliana Antunes
Em meio à pandemia do novo coronavírus, os casos de Chikungunya, que vem registrando aumento em Salvador e na Bahia, segue preocupando as autoridades de saúde e assustando a população. Apenas este ano, 29.007 pessoas já foram infectadas, é o que mostra o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Se comparado com o mesmo período do ano passado, os casos da doença tiveram um aumento de 344,8%.
No boletim foram confirmadas, também, três mortes pela doença. O órgão ressalta, que não houve nenhum outro país, em todo o mundo, com mais casos de chikungunya que o Brasil. Ainda segundo a pasta, entre os mais de 40 mil casos no país, 41,5% das notificações foram registradas em nosso Estado. Só na capital baiana, a chikungunya atingiu 7.585 pessoas em 2020, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A dona de casa Joana Britto, 38 anos, relatou sua experiencia com a doença. “Até hoje convivo com as dores. Faz quase um ano que tive a doença, mas parece que ainda estou com todos os sintomas. Tenho muitas dores nas mãos e não consigo fazer as atividades normais, que fazia antes. Os médicos explicam que preciso ter paciência, e que com o tempo as dores irão diminuir”, disse Joana.
De acordo com a infectologista Luciana Albuquerque, chikungunya não é, a priori, uma doença hospitalar e letal. “É uma doença febril aguda, com dores articulares em todo o corpo. A princípio, ela é autolimitada, mas pode se complicar e se tornar crônica, pois o vírus chikungunya fica dentro das articulações provocando um processo inflamatório local que vai exigir um tratamento médico com o uso de analgésicos mais potentes, anti-inflamatórios, corticoides e até imunossupressores”, explica a médica.
Ela diz ainda que a febre chikungunya não é, uma doença letal. “Mas em pacientes idosos, portadores de reumatismo reumatoide, e outros com comorbidades como diabetes e hipertensão podem evoluir com complicações, indo a óbito”, frisa Luciana Albuquerque.
A médica explica que a transição da doença acontece através da picada do mosquito Aedes Aegypti. “Por ter uma transmissão bastante rápida, é necessário ficar atento a possíveis criadoros do mosquito e, assim, eliminar estes locais para evitar a propagação da doença”, recomenda.
A transmissão da mulher grávida para o feto só acontece quando a mãe fica doente nos últimos 7 dias (última semana) de gravidez. “Neste caso, a criança mesmo que nasça saudável, deve permanecer internada por uma semana para observação e tratamento imediato se desenvolver a doença que, nestes casos, apresenta quadros graves com manifestações neurológicas e na pele”, lembra a infectologista.